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Capital

Casal enfrenta sensação de 3°C em barraca no canteiro de avenida

Eles disseram ter deixado 4 filhos em Miranda e vindo para a Capital em busca de emprego

Ana Paula Chuva e Aletheya Alves | 28/06/2021 17:21
Barraca montada pelo casal em canteiro de avenida. (Foto: Kisiê Ainoã)
Barraca montada pelo casal em canteiro de avenida. (Foto: Kisiê Ainoã)

Há um mês em Campo Grande, casal que veio de Miranda vive em uma barraca coberta com lona no canteiro da Avenida Vereador Thyrson de Almeida, próximo à entrada do pronto socorro do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) onde encaram a sensação térmica de 3°C na tarde desta segunda-feira (28).

Assustado e receoso, o rapaz se identificou apenas como Ricardo para a reportagem do Campo Grande News e contou que veio com a esposa, grávida de 5 meses, de Miranda para a Capital há um mês tentar arrumar emprego e se instalaram na região da antiga rodoviária, no Bairro Amambaí.

“Viemos para arrumar emprego e o primeiro lugar que paramos foi lá. Mas fomos assaltados. Trouxemos apenas roupas e dinheiro e levaram tudo, além de me baterem.”, disse Ricardo.

Após o assalto, ele afirma que foi orientado por outro morador de rua a sair de lá e se instalar próximo do hospital que seria mais seguro. “Ele arrumou uma lona para a gente e desde então estamos aqui”, declarou.

Casal usou lençol para "blindar" barraca do vento frio. (Foto: Kisiê Ainoã)
Casal usou lençol para "blindar" barraca do vento frio. (Foto: Kisiê Ainoã)

No canteiro da Avenida, o casal montou a barraca e cobriu com a lona que ganhou. No local a mulher passa a maior parte do dia enquanto o marido sai para conseguir alguns “bicos” e garantir o dinheiro ao menos da comida.

Sem intenção de ir para abrigo, o rapaz relata que vai permanecer com a esposa no local até conseguir um emprego fixo e uma moradia para os dois, mas como ficaram com a roupa do corpo após o assalto precisam de roupas de frio, comida e uma lona para reforça a cobertura.

“Deixamos quatro filhos com a minha mãe em Miranda. Não pretendo voltar para lá e nem ir para abrigo. Aqui estou conseguindo ao menos umas diárias. Pegamos água do hospital e fazemos uma fogueira aqui para cozinhar, além de nos sentirmos seguros por estarmos perto da guarita que tem segurança o dia todo”, afirmou.

Algumas vasilhas que casal usa para comer e um galão de água. (Foto: Kisiê Ainoã)
Algumas vasilhas que casal usa para comer e um galão de água. (Foto: Kisiê Ainoã)

Hoje a Capital amanheceu com termômetros marcando 10°C e a sensação térmica de 8°C, no decorrer do dia as temperaturas continuaram caindo e por volta das 16h chegou aos 7°C com sensação térmica de 3°C e deve permanecer assim na terça-feira (29).

Quem quiser ajudar, pode encontrar o casal próximo ao pronto socorro do Hospital Regional na Avenida Vereador Thyrson de Almeida, no Aero Rancho.

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