Chuva de terça superou em 24 horas previsto para o mês e causou estragos
As chuvas que atingiram Campo Grande nesta terça-feira (8) chegaram perto de bater o recorde de volume de água em um único dia. Segundo dados do Centec (Centro de Monitoramento do Clima, Tempo e Recursos Hídricos), choveu 81,6 milímetros na Capital. O esperado para o período é 73,9 milímetros o que significa que as precipitações ficaram 10,42 milímetros acima do esperado.
Segundo a meteorologista Cátia Braga, o recorde ainda pertence ao dia 21 de setembro de 2012, quando choveu 86,4 milímetros. Ela também recorda que no primerio semestre de 2015, em junho, mês tipicamente seco, choveu 40 milímetros em um único dia.
Conforme os mapas meteorológicos, a expectativa é que as chuvas continuem até sexta-feira (11), porém me menor volume. Para esta quarta-feira são esperados 15 milímetros enquanto que para quinta-feira, a média não deve passar 11 milímetros. Na sexta-feira a previsão é de um volume maior, de até 20 milímetros, o que pode totalizar pouco mais de 40 milímetros até o final de semana.
Já de acordo com dados do meteorologista Natálio Abrão, da Uniderp-Anhanguera, a Capital teve 69,6 milímetros de chuva, o que representaria 89% do esperado para o mês que, conforme ele, tem média histórica de 78,2 milímetros.
O meteorologista também divulgou o volume de chuva observado em diversas regiões da Capital nesta terça-feira. Os bairros Vilas Boas, Moreninhas e região do Aeroporto registraram 99,5mm, 90,5mm e 83,6 milímetros de chuva respectivamente. Também choveu bastante no Santo Antônio, com 79,25 mm, região do Prosa (75,5mm) e Alphavile (71mm).
A umidade está na casa dos 90%, elevando a qualidade do ar e facilitando a respiração, especialmente dos idosos e crianças. No entanto, as temperaturas estão em ligeira ascensão e as máximas ficam em torno de 28ºC e 30ºC e as mínimas não passam de 22ºC nesta quarta-feira, quadro que deve se repetir nesta quinta e sexta-feiras.
Cátia Braga, do Centec, explica que as chuvas em excesso foram ocasionadas em decorrência de um sistema de baixa pressão que se instalou na Bolívia, provocando a instabilidade. Ela também ressalta que com a proximidade da primavera começa a agir um sistema que traz para o Estado a umidade da Amazônia.
Aliado ao calor estacionado no Centro-Oeste, gera os temporais ocorridos nesta terça-feira em todo o Estado. Como o sistema de baixa pressão continua atuando em Mato Grosso do Sul, haverá novos períodos de chuva até sexta-feira.
Estragos – As precipitações acima da média causaram diversos estragos em Campo Grande. O Corpo de Bombeiros atendeu, da manhã desta terça-feira até o início desta quarta-feira, 17 ocorrências relacionadas a cortes e queda de árvores devido aos ventos, que chegaram a 67 quilômetros, além de alagamentos.
Os bairros mais atingidos pelas águas que subiram rapidamente foram o Santo Antônio, Aero Rancho, além de ruas e avenidas nas saídas para Aquidauana, Cuiabá e São Paulo. Como ainda há previsão de chuvas, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado emitiu uma série de recomendações para a população, principalmente em casos de ocorrência chuva de granizo, como ocorreu nos municípios de Bataguassu, Brasilândia, Iguatemi, Sete Quedas e Três Lagoas.
Nesses casos, a orientação é procurar locais cobertos e seguros, resistentes a fortes ventos e que não corram risco de destelhamento para se proteger. É importante ressaltar que árvores ou coberturas metálicas frágeis não são lugares recomendados para buscar abrigo.
Outro fator importante que a Defesa Civil estadual destaca é a necessidade de evitar engarrafamentos em ruas e avenidas que foram afetadas pela chuva de granizo. Já a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil alerta os moradores da região da Avenida Ernesto Geisel, próximo ao Rio Anhanduí, que fiquem alertas, pois neste rio desaguam todos os rios da microbacia Bandeira e a calha não comporta toda a água recebida, o que pode pode ocasionar inundação e alagamento.
Para os casos de alagamento devido a obras urbanas, a Defesa Civil pede atenção especial aos bairros Santo Antônio (Rua São Lourenço e Rua Taquari) e Jardim Imá (Rua Aracajú e Rua Aquidaban), além da Rua Tipuana (Coophatrabalho). Segundo a CPRM (Serviço Geólogico do Brasil), estima-se que 1.350 pessoas em 270 moradias estejam expostas ao risco de inundação no município.