Chuva volta a alagar casas e resgata dramas familiares
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Vários galhos e folhas caídas, muita sujeira nas ruas e móveis que precisam ser todos trocados. Esse é o cenário que resta após as enchentes que, ano após ano, tomam conta da região do bairro Jockey Club, em Campo Grande.
As histórias envolvendo alagamentos ali não são poucas, todas com uma tristeza e apreensão que acompanham a população quando os meses de chuva durante o verão se aproximam.
Uma delas envolve a jovem Graziele Oliveira, de 23 anos, que perdeu a mãe em 2009 quando ela teve um infarto ao ver a casa sendo invadida pela água durante mais uma enchente na região. Ela afirma que todo ano, em janeiro e fevereiro é a mesma coisa.
“Toda vez é assim. Toda vez”, desabafa Graziele, que acrescenta que água da rua chega até a casa pelo muro da frente, lateral da casa, entre outros lugares. Ela mora na rua das Hortências, mesma rua do casal Jackline Tutija, 30 anos, e Kioshi Tutija, de 39.
O casal teve que construir uma rampa para impedir a entrada das águas pluviais na residência. A barreira tem cerca de meio-metro. Já o alagamento desta tarde de terça-feira (19) chegou a quase encobrir as caçambas de entulho.
Kioshi diz que mora no mesmo local há 35 anos, e sempre teve que conviver e enfrentar os alagamentos. “Durante a construção da rampa, ainda teve duas chuvas que alagaram aqui em casa”, comenta Kioshi, que construiu a barreira ano passado.
A mulher dele, Jackline, comenta que sempre tinha que trocar os móveis da casa. “Todo ano tinha que comprar todos os móveis. Sofri até de depressão”, revela. Desde 2008, eles registram em fotos e vídeos as enchentes na região. Infelizmente, a “coleção” é grande.
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Outra moradora constantemente atingida pelas enchentes é Ana Paula Melgarejo Barbosa, que tem 31 anos. Ela conta que chegou em casa e a encontro completamente tomada pela água nesta tarde. Todas as roupas molharam e a geladeira tombou.
“A geladeira boiou. Perdi tudo, desde carne até leite e manteiga. As roupas, vou ter que colocar tudo num saco e jogar fora”, lamenta a moradora, que está no Jockey Club desde 1998 e teve que subir na laje da casa até que a água abaixasse.
O vizinho de Ana Paula, Celso Vilharga, de 50 anos, também sofre com os problemas, e reclama que a água vem de bueiros, passa pelos muros, frente da casa, de todos os lados. Da mesma forma que rapidamente a região é alagada, rapidamente a água também se escoa a partir do término da chuva.
Abaixo, o leitor pode conferir algumas fotos tiradas pelo morador Kioshi Tutija de enchentes ao decorrer dos anos no bairro Jockey Club.
Confira a galeria de imagens: