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Capital

Colombiano que causou morte no trânsito é transferido para o Centro de Triagem

Justiça mandou soltar colombiano sob fiança de R$ 50 mil, mas sem condições de pagar, defesa recorreu

Dayene Paz | 11/03/2022 07:17
Colombiano fica preso até decisão da Justiça. (Foto: Paulo Francis)
Colombiano fica preso até decisão da Justiça. (Foto: Paulo Francis)

Aguardando decisão judicial sobre pedido de redução da fiança de R$ 50 mil, o colombiano Carlos Hugo Naranjo Alvarez, de 32 anos, permanece preso e foi transferido para o Centro de Triagem de Campo Grande, estabelecimento penal de segurança média, localizado no Jardim Noroeste.

No dia 28 de fevereiro, Carlos fugiu depois de furar o sinal vermelho e colidir em uma motocicleta, na Avenida Salgado Filho, cruzamento com a Rua Guia Lopes. Matheus Frota da Rocha, de 27 anos, morreu no local.

Ele foi preso e a Justiça estipulou fiança de R$ 50 mil para soltá-lo, no entanto, sem condições, segundo a defesa, foi preciso recorrer e pedir a redução do valor. O prazo para pagamento da fiança acabou nesta quinta-feira (10). "Como entramos com pedido de redução, o prazo é o julgamento do pedido", explicou a advogada do colombiano, Valda Nóbrega.

Carlos estava em uma das celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e na última segunda-feira (7), foi levado ao Centro de Triagem.

Entenda - O acidente aconteceu no início da manhã do dia 28 de fevereiro, no cruzamento da Avenida Salgado Filho com a Rua Guia Lopes, no Bairro Amambaí. Matheus seguia em uma Honda Fan 150 e tinha como passageira Samira Ribeiro dos Santos, 19, quando o casal foi atingido pela Mercedes-Benz de cor prata, conduzida pelo colombiano.

Matheus morreu na hora e a jovem foi levada para a Santa Casa. A colisão foi tão forte que chegou a arrancar a perna inteira do rapaz. De acordo com a polícia, o corpo da vítima foi arremessado cerca de 15 metros depois da queda da motocicleta. A perna parou 4 metros a frente do corpo.

O colombiano fugiu do local, mas foi preso poucas horas depois, em Rochedo. Ele negou que estivesse bêbado, no entanto, teste de bafômetro constatou 0,30 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões.

Fiança - Na quarta-feira, 2 de março, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) requereu a prisão preventiva (por tempo indeterminado) de Carlos Hugo, sob o argumento de risco de fuga, manutenção da ordem pública e de que ele está com visto vencido no Brasil desde 12 de agosto do ano passado.

No entanto, na decisão do dia seguinte, quinta-feira (3), o juiz Francisco Vieira de Andrade Neto afirmou que não foram preenchidos os requisitos para a decretação da prisão preventiva. Para o magistrado, Carlos possui bons antecedentes e a liberdade não atrapalha o andamento da investigação, "(...) especialmente em razão da primariedade, dos bons antecedentes, bem como de ter informado possuir residência fixa e trabalho lícito, entendo ser cabível a concessão de medida cautelar mais branda".

Além de fixar a fiança de R$ 50 mil, o juiz determinou que Carlos Hugo use tornozeleira eletrônica por 180 dias e que fique em casa das 20h às 6h, de segunda a sexta-feira. O recolhimento domiciliar tem de ser de forma integral durante os sábados, domingos e feriados. O colombiano está proibido de deixar a cidade e o País.

No entanto, a família conseguiu arrecadar R$ 15 mil. Então, a defesa pediu redução do valor. Outra alternativa oferecida pela advogada Valda Nóbrega é o sequestro do veículo de luxo que pertence ao cliente como garantia de pagamento em troca do alvará de soltura.

No pedido de reconsideração, a defesa de Carlos argumenta que embora tenha um veículo quitado e avaliado em R$ 74 mil, o cliente trabalha como comerciante de roupas e tênis. Ele ganha cerca de R$ 3,5 mil por mês e não tem condições de arcar com o valor da fiança imposto. A defesa alegou ainda que o Mercedes foi um presente dado pelo pai ao colombiano há cerca de cinco anos, quando o filho veio morar em Campo Grande.

Confira a galeria de imagens:

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