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Capital

Com greve, condomínios buscam alternativas para diminuir o lixo

Flávia Lima | 15/09/2015 10:38
Sacos colocados em frente a residencial no Rita Vieira serão retirados por caminhão de um dos moradores. (Foto:Marcos Ermínio)
Sacos colocados em frente a residencial no Rita Vieira serão retirados por caminhão de um dos moradores. (Foto:Marcos Ermínio)
Zeladora Valdinéia Azevedo mostra depósito d elixo que está no limite. (Foto:Marcos Ermínio)
Zeladora Valdinéia Azevedo mostra depósito d elixo que está no limite. (Foto:Marcos Ermínio)
Em alguns prédios da região central que não receberam visita dos funcionários da Seinthra, lixeiras continuam lotadas. (Foto:Marcos Ermínio)
Em alguns prédios da região central que não receberam visita dos funcionários da Seinthra, lixeiras continuam lotadas. (Foto:Marcos Ermínio)

O acúmulo de lixo nos depóstitos dos condomínios da Capital devido a greve dos funcionários da Solurb, tem gerado muita dor de cabeça para os síndicos, que não tem mais espaço para estocar os sacos dentro dos edifícios. No entanto, o problema também tem servido para criar alternativas que reduzam o volume de material nos depósitos.

Além de solicitarem aos condôminos que evitem o desperdício, especialmente de alimentos, o que gera uma grande quantidade de lixo orgânico, os administradores vem aderindo a reciclagem como um dos caminhos encontrados para reduzir o volume de material estocado, o que acaba incentivando uma prática sustentável entre os moradores.

É o que vem fazendo a gerência do condomínio Ilha Serena, localizado no bairro Rita Vieira. Formado por 264 sobrados, o residencial tem apenas dois anos, por isso ainda não está totalmente ocupado, mas segundo a zeladora Valdinéia Azevedo, a quantidade de lixo produzida diariamente é tão grande que antes da greve completar uma semana o depósito do condomìnio já estava abarrotado. "O lixo ia até o teto e já estava criando vermes", afirma.

A solução encontrada pela gerência foi chamar catadores que trabalham com recicláveis para realizar uma seleção do material com o objetivo de deixar no residencial apenas o material orgânico. Mesmo com a redução de pelo menos 50% do volume, ainda foi necessário depositar sacos na calçada.

Porém, sensibilizado com a situação, a zeladora conta que um dos moradores, dono de uma empresa de plantação de eucaliptos, disponibilizou um caminhão para levar os sacos que foram colocados na rua, para o aterro sanitário. "Vamos buscar essa prática da reciclagem até o final da greve", ressalta Valdinéia.

Já no condomínio Coophamorena, no Bairro Itanhangá, a síndica Rose Martins decidiu contratar uma empresa que aluga caçambas para depositar o lixo que estava acumulado nas lixeiras do prédio. Como o condomínio é antigo, não há um depósito interno, apenas as lixeiras tradicionais de ferro espalhadas em torno do quarteirão.

"O problema é que no fim de semana o pessoal da prefeitura colocou os sacos no chão para facilitar o trabalho do caminhão, mas a chuva acabou espalhando tudo, já que a coleta não foi feita", diz.

Ao todo ela contratou três caçambas, que se revezam no armazenamento do lixo. Quando uma lota, a empresa já recolhe e deixa outra no local. Para evitar que as lixeiras voltem a ficar lotadas, Rose pediu aos 560 moradores que depositem o lixo apenas na caçamba.

Como ainda havia sacos nas lixeiras, ela pediu a um funcionário do condomínio que retirasse o material na manhã desta terça-feira (15) e depositasse na caçamba. Porém, para ajudar na redução do volume, a síndica também cogita chamar catadores para levar o material reciclável, mas antes de colocar em prática a iniciativa, ela vem realizando um trabalho de conscientização entre os moradores. "Peço para o pessoal não produzir tanto lixo e acondicionar em embalagens resistentes", explica.

A síndica também está incentivando o descarte dos recicláveis nos pontos de coleta existentes na Capital, como o de uma rede de supermercados próxima ao prédio.

Já em alguns condomínios próximos a região central, a situação não é mais crítica. Funcionários da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) passaram no final de semana em alguns prédios e recolheram o lixo acumulado nos depósitos.

O residencial Beverlly Hills, na esquina das ruas Barão do Rio Branco com Arthur Jorge foi um dos que conseguiu eliminar praticamente todo o excesso que estava estocado após a visita da equipe da prefeitura. A funcionária da limpeza, Roseli Borges Vasconcellos disse que os sacos já estavam sendo colocados na rua e agora acredita que poderá controlar o volume, caso os funcionários temporários passem novamente essa semana.

Mas ainda há vários prédios da região central que não tiveram o lixo recolhido pelo pessoal do Seinthra. É o caso de um condomínio localizado na Rua 15 de Novembro. De acordo com o zelador, que não quis se identificar, a única solução encontrada foi depositar o material nas lixeiras da rua. "Estamos apenas pedindo para os moradores fecharem bem os sacos e evitar o desperdício. É o que está ao nosso alcance", afirmou.    

Funcionário do Coophamorena coloca os sacos em caçamba alugada por síndica para evitar lixo acumulado nas ruas. (Foto:Marcos Ermínio)
Funcionário do Coophamorena coloca os sacos em caçamba alugada por síndica para evitar lixo acumulado nas ruas. (Foto:Marcos Ermínio)
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