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Capital

Com mais de um acidente por hora, trânsito na Capital tem cenário caótico

Paula Vitorino | 02/06/2011 14:19

Em maio, 1.108 foram acidentes, superando média deste ano. Motorista mal educado é a causada da maioria das colisões

Engavetamento na Zahran, no dia 26.
Engavetamento na Zahran, no dia 26.

Quem trafega diariamente pelo trânsito de Campo Grande já sente o caos que toma conta das vias, principalmente, as de maior fluxo, como da região central. É difícil encontrar alguém que nunca tenha se envolvido em um acidente no trânsito, mesmo com pequenos danos materiais. E os números comprovam esse cenário, como também a necessidade de uma mudança radical na postura dos motoristas.

Dados da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito) revelam que em uma hora mais de um acidente é registrado em algum ponto da Capital. A média, segundo o comandante da Ciptran, tenente-coronel Alírio Vilassanti, não é novidade e vem sendo registrada há vários meses no município.

Só no mês maio, quando o tema segurança no trânsito ganhou destaque nas discussões públicas com a implantação até de projetos internacionais, foram ao menos 1.108 acidentes, superando em números os meses anteriores de 2011. Os dados incluem os atendimentos feitos no local da colisão pela Ciptran, Juizado de Trânsito e os registros pelo boletim online.

Dentre as colisões, seis tiveram mortes no local, 580 alguma vítima e 522 só com danos materiais. Mas considerando as mortes nos hospitais após até 30 dias do acidente, o GGIT (Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito) revela 17 vidas perdidas no trânsito, em maio.

De acordo com Vilassanti, é visível que os números tiveram uma disparada nas últimas semanas, mas ele ressalta que os dados são o reflexo da ampla divulgação dos órgãos de segurança e do crescimento de motoristas nas vias. “Nunca escondemos nada e agora esses dados estão ainda mais claros, alertando sobre a necessidade de mudanças”, diz.

Diariamente, mais de 400 mil veículos rodam por Campo Grande, segundo o coronel. Destes, pouco mais da metade são motocicletas.

Atendimento - Com tantos acidentes, sendo muitos ao mesmo tempo, o trabalho da Polícia de Trânsito é diariamente tumultuado. A Ciptran conta com cinco viaturas, por turno, para atender toda a cidade. O Juizado de Trânsito, que atende colisões sem vítimas e faz a conciliação no local, presta apoio com dois carros.

De acordo com o comandante, o policiamento no fim de semana ainda conta com o reforço de mais duas viaturas. Mas para atender a grande demanda também existe o boletim online, onde as partes envolvidas em acidentes apenas com danos materiais podem fazer o registro de sua própria residência.

Quando acontecer um acidente, a recomendação da Ciptran é que o envolvido primeiramente ligue para o 190, onde será orientado sobre todos os procedimentos e uma viatura de trãnsito será acionada.

Os veículos também devem ser retirados da via, desde que estejam prejudicando o fluxo no local. “Tem que tirar, a prioridade é a vida das pessoas e a segurança no trânsito. Senão, outros acidentes podem acontecer no mesmo local”, explica.

Capotamento na região central, no dia 25.
Capotamento na região central, no dia 25.

Inimigos do trânsito - A pressa, como diz o ditado, é inimiga da perfeição e no trânsito é uma das principais causadoras do tipo popularmente conhecido como “motorista mal educado”.

Vilassanti ressalta que a maioria dos acidentes acontecem na região central, nos horários de pico, quando as pessoas estão chegando ou saindo de seus trabalhos, escolas e demais compromissos. Já as colisões vítimas graves ou fatais acontecem em maior número no fim de semana, devido ao acesso de velocidade e a ingestão de bebida alcoólica.

“A pessoa sai atrasada pro seu compromisso e acaba dirigindo em uma velocidade acima da permitida na via. Aqui em Campo Grande temos velocidade para todas as ruas e o máximo permitido em algumas avenidas é 60 km/h”, diz.

Ele também destaca outros costumes do condutor na Capital que representam perigo para toda a sociedade, como furar o sinal vermelho ou acelerar para passar o amarelo, abusar da velocidade e cortar os veículos em zig-zag.

“Também temos um número muito grande de pessoas não habilitadas dirigindo na Capital, principalmente, nos bairros e em motocicletas”, diz.

O coronel é enfático ao afirmar que é preciso haver mudança cultural e de conceitos por parte dos motoristas.

“Trânsito é um espaço de cidadania. Enquanto não mudarmos nossa postura, esses números vão continuar sendo uma realidade e só irão aumentar”, frisa.

No entanto, o comandante da Ciptran reforça que os órgãos de segurança estão trabalhando nos três pilares que lhe são dever: engenharia – sinalização das vias, educação – ações preventivas e fiscalização – realização de blitzes.

O órgão, como também a Agetran, intensificou as fiscalizações em toda a Capital na última semana, como medida extrema para diminuir as infrações no trânsito.

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