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Capital

Com posto da PM fechado, sensação no semiaberto é de insegurança

“Deixamos de existir no momento em que somos presos”, diz detento

Guilherme Henri | 11/04/2016 11:30
Welligton Delgado dos Santos foi assassinado a tiros quando volta para a unidade penal (Foto: Marcos Ermínio)
Welligton Delgado dos Santos foi assassinado a tiros quando volta para a unidade penal (Foto: Marcos Ermínio)

“Deixamos de existir no momento em que somos presos”, afirmava um detento que cumpre pena Centro Penal Agroindustrial da Gameleira ao ver o corpo do colega Welligton Delgado dos Santos, 20 anos estirado no portão de entrada para o semiaberto na tarde de domingo (10). Levantamento realizado pelo Campo Grande News aponta que este não é o primeiro atentado próximo a unidade. Em três anos, ao menos três internos foram baleados.

Segundo o detento, que preferiu ter a identidade preservada, no local não existe segurança para os detentos que retornam, por volta das 18h, para dormir. “Temos uma dívida com a sociedade que estamos pagando, mas nos sentimos inseguros quando retornamos para o centro, pois a qualquer momento também podemos ser executados em um acerto de contas”, revela.

Sobre a segurança no local, o diretor presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa, explica que nas proximidades da unidade existe um posto da Polícia Militar que momentaneamente foi desativado.

“A informação que temos é que os policiais que atuavam no posto precisaram ser remanejados, porém já foi nos passado que o posto deve voltar a operar com militares da reserva”, afirma o diretor, que ainda lembrou que o posto está desativado há cerca de um mês.

Welligton cumpria pena por roubo e porte ilegal de arma de fogo e estava na garupa do mototaxista Isaías Coelho de Almeida, 45 anos. Quando chegavam no semiaberto, os dois sofreram o atentado.

O detento foi atingido por quatro tiros sendo três nas costas e um de raspão no pescoço. Ele morreu no local antes de ser socorrido.

Já o mototaxista foi alvejado na testa e encaminhado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a Santa Casa onde permanece em estado grave.

De acordo com a Polícia Civil, no momento do crime não havia ninguém na guarita do semiaberto e nem testemunhas no local. A informação da PM é de que no momento dos disparos uma motocicleta rondava o local.

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