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Capital

Comandante continua preso, após operação achar arma sem registro em gabinete

Sete oficiais foram presos em ação contra a Máfia do Cigarro no Estado

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 18/05/2020 10:06
Tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni comandava a 5ª Companhia Independente da Polícia Militar de Campo Grande. (Foto: Acácio Gomes/Nova News)
Tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni comandava a 5ª Companhia Independente da Polícia Militar de Campo Grande. (Foto: Acácio Gomes/Nova News)

Alvo de prisão preventiva em operação contra a Máfia do Cigarro, o tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, então comandante da 5ª Companhia Independente de Campo Grande, também foi flagrado com arma sem registro. Preso em flagrante, passou por audiência de custódia e teve a segunda prisão preventiva decretada, desta vez pela posse da arma de fogo.

Foi apreendida uma pistola 9 milímetros, carregada com 16 munições intactas. A arma foi encontrada no gabinete do comandante. A operação Oiketicus, cuja fase batizada de Avalanche foi realizada na última sexta-feira (dia 16), provocou mudanças de comando da PM (Polícia Militar) em Naviraí, Dourados, Coxim, na 5ª Companhia Independente de Campo Grande e na 4ª Seção do Estado-Maior da corporação.

Os titulares foram presos na ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em parceria com a Corregedoria da PM por suspeita de envolvimento na Máfia do Cigarro, esquema para liberar cargas de cigarros contrabandeados do Paraguai.

De acordo com portarias publicadas nesta segunda-feira, o tenente-coronel Wesley Freire de Araújo foi dispensado da função de confiança de comandante em Naviraí. Para o posto, foi designado o tenente-coronel Rodrigo Alex Potrich.

Em Dourados, sai o tenente-coronel Carlos da Silva, preso na operação, e entra o oficial Juracy Pereira da Paz. No município de Coxim, o major Luiz Cesar de Souza Herculano foi dispensado do posto de comandante da corporação, sendo substituído pelo tenente-coronel Adriano Rodrigues de Oliveira.

Também alvo do Gaeco, o tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni não comanda mais a 5ª Companhia da PM de Campo Grande. O posto agora é do tenente-coronel José Carlos Rodrigues. A chefia da 4ª Seção do Estado-Maior, que coordena assuntos relativos à gestão e projetos e captação de recursos da PM, também teve mudança.

O tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima foi dispensado. Para a função, foi designado o tenente-coronel Anderson Rezende Diniz. Para assumir o posto, o oficial deixou a função de diretor da diretoria de gestão do Presídio Militar.

Em outra portaria assinada pelo comandante da PM, coronel Waldir Ribeiro Acosta, cinco oficiais presos na ação foram transferidos para o Comando Geral por inconveniência de serem mantidos nos cargos: Wesley Freire de Araújo, Carlos da Silva, Jidevaldo de Souza Lima, Luiz Cesar de Souza Herculano e Josafá Pereira Dominomi.

As portarias publicadas hoje não mencionam o tenente-coronel Erivaldo José Duarte Alves porque ele é oficial da reserva e, ao contrário do divulgado sexta-feira pelo Campo Grande News não comanda a PM em Sidrolândia.

Gabinete do oficial na 5ª Companhia Independente, na Vila Sobrinho, foi vistoriado em operação do Gaeco. (Foto: Marcos Maluf)
Gabinete do oficial na 5ª Companhia Independente, na Vila Sobrinho, foi vistoriado em operação do Gaeco. (Foto: Marcos Maluf)

Também preso, o coronel Kleber Haddad Lane foi retirado do cargo de superintendente da Superintendência de Assistência Socioeducativa, ligado à Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública). A resolução foi assinada pelo secretário Antônio Carlos Videira. O cargo será assumido, de forma interina, por Tatiana Rezende Nassar Cintra.

A operação do Gaeco investiga crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande, Coxim, Sidrolândia, Naviraí, Aquidauana e Dourados. Nome da operação, oiketicus é alusivo à lagarta conhecida como “bicho cigarreiro”.

A reportagem conseguiu somente contato com a defesa de Jidevaldo Souza Lima, que informou que ainda analisa o documento da denúncia.

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