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Capital

Comércio ‘sufoca’ vagas no Centro e compromete as próprias vendas

Das 1.277 vagas, 800 são ocupadas por comerciantes e funcionários

Elci Holsback | 30/11/2016 15:02
Cruzamento na região central da cidade: 50% das pessoas que procuram vaga diariamente não encontram (Foto: Alcides Neto)
Cruzamento na região central da cidade: 50% das pessoas que procuram vaga diariamente não encontram (Foto: Alcides Neto)

A área central de Campo Grande conta com apenas 477 vagas de estacionamento disponíveis na rua, enquanto o fluxo diário é de em média 5.250 pessoas. Os dados são da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Groso do Sul) e foram divulgados nesta quarta-feira (30).

De acordo com a federação, das 1.277 vagas ofertadas com parquímetros, 800 são utilizadas por empresários e funcionários, o que prejudica as vendas e impacta diretamente na economia, principalmente no período das vendas de Natal, onde pesquisas indicam que 70% da população pretende realizar suas compras no comércio do Centro da Capital, o que deve movimentar R$ 43 milhões.

"A disponibilidade de vagas é importante para as vendas e, segundo o estudo, cerca de 50% das pessoas que vão ao Centro fazer compras não encontram uma vaga e vão embora", relata o presidente da Fecomércio, Edison Araújo.

Como alternativa para a situação, o presidente da entidade sugere que os lojistas se conscientizem quanto à importância da liberação das vagas, usando medidas alternativas, como o transporte público. "É importante liberar as vagas, a população precisa aprender a conviver com número reduzido de vagas. Em grandes centros, as pessoas estão evitando ir ao trabalho de carro, então é muito mais vantajoso utilizar o transporte público. Obviamente que o transporte também precisa ser melhorado", avalia.

Falta consciência no uso das vagas, acredita presidente da Fecomércio, Edison Araújo (Foto:Elci Holsback)
Falta consciência no uso das vagas, acredita presidente da Fecomércio, Edison Araújo (Foto:Elci Holsback)

Outra questão abordada é a necessidade de monitoramento eficaz por parte da equipe Flexpark, empresa responsável pelo parquímetro. Segundo o presidente, a população utiliza a vaga por mais tempo do que o período de duas horas, colocando mais créditos ao final deste tempo e estendendo a permanência.

"As pessoas estão utilizando mais do que o período, prejudicando a rotatividade e tirando a chance de outras pessoas estacionarem. Outro problema são as vagas para idosos e cadeirantes, as pessoas estacionam lá e ficam o dia todo, muitas vezes. Mesmo sendo vaga especial, há limite de tempo", avalia Araújo.

A entidade ressalta que não é contra a alteração realizada na gestão de Nelson Trad Filho, na época prefeito pelo PMDB, que reduziu as vagas de estacionamento, excluindo as do canteiro central da Avenida Afonso Pena, e nem questiona o valor do parquímetro.

"Não questionamos a falta de vagas, nem o valor aplicado, imagine se não houvesse parquímetro, seria muito pior se não houvesse cobrança e rotatividade. O que questionamos é a falta de consciência de lojistas e da população", finaliza o presidente da Fecomércio.

A pesquisa da entidade foi feita com empresários e funcionários do comércio das ruas Calógeras, 13 de Maio, 14 de Julho, Maracaju, Barão do Rio Branco, Antônio Maria Coelho e Avenidas Mato Grosso e Afonso Pena.

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