Comparsa em assassinato na Praça do Rádio diz que amava vítima
Iris Adriana teve o primeiro julgamento, que aconteceu em fevereiro de 2017, anulado após a defesa recorrer ao Tribunal de Justiça
Durante o seu segundo julgamento que ocorre desde as 8h desta quarta-feira na 2ª Vara do Tribunal do Júri, Iris Adriana Barbosa da Silva, 25 anos, acusada de envolvimento no assassinado de Thais Giedry Borges dos Santos, 22 anos, disse que amava a vítima e que a atraiu até o local do homicídio por medo do ex-marido. “A gente nunca discutiu, nunca brigou. Nós iriamos fugir para Corumbá”.
O caso aconteceu há 3 anos, na noite do dia 31 de janeiro de 2016, na Avenida Afonso Pena, na Praça do Rádio Clube, em Campo Grande. Iris atraiu a vítima até o local para que o marido dela, na época, Kielvnn de Moraes, 27 anos, cometesse o crime. Iris foi denunciada por homicídio qualificado por meio que dificultou a defesa da vítima.
Chorando, Iris contou que mantinha relacionamento extraconjugal com Thais e que Kielvnn desconfiava. Os dois têm uma filha pequena e na ocasião moravam em Ribas do Rio Pardo. “Ele desconfiava do nosso relacionamento. No dia do crime, Kielvnn disse que iria dar apenas um susto na Thais”, relatou.
Os dois, então, com a filha (que na época tinha 9 meses) vieram para a Capital de motocicleta. Antes disso, Iris marcou encontro com a vítima, que trabalhava numa pastelaria em frente à Praça do Rádio. “Quando chegamos aqui fomos direto para a praça. Ele se escondeu atrás de uma árvore. Iris chegou, me deu um beijo, pegou a minha filha no colo, foi quando Kielvnn saiu de onde estava, puxou Thais pelo cabelo e passou a faca no pescoço dela”, contou.
Segundo a ré, não sabia que o marido ia matar Thais e só aceitou a marcar o encontro com a vítima por medo dele. “Ele era muito agressivo. Bebia muito, usava droga, caçava bicho no mato. Era violento com as pessoas também. Vivia apanhando dele. Quando fiquei grávida ele me deixava dias sem comer. Cheguei a pesar 42 quilos”, disse. O resultado desse julgamento deve ser divulgado no começo da tarde.
Primeiro Júri - Iris e Kielvnn foram julgados no dia 17 de fevereiro do ano passado. Kielvnn foi condenando a 18 anos de prisão em regime fechado. Iris Adriana foi inocentada pelo júri. No entanto, o assistente de acusação pediu para anular o julgamento com relação a Iris por entender que a acusada ajudou no crime ao atrair a vítima até o local. Dessa forma, o julgamento foi agendado para o dia 22 de janeiro, mas foi adiado porque a assistente de acusação, Benedito Arthur de Figueiredo Neto, não pôde comparecer.