Concessionária entrega UTR na 5ª, mas quer ressarcimento de R$ 4,5 mi
Após oito anos, a prefeitura vai inaugurar, na próxima quinta-feira (14), a obra da UTR (Unidade de Tratamento de Resíduo) da Capital, localizada ao lado do aterro sanitário do bairro Dom Antonio Barbosa. Os trabalhos tiveram início ainda na administração do ex-prefeito Nelson Trad Filho, em 2007, mas foram interrompidas em 2012.
A Solurb, concessionária responsável pela coleta de lixo de Campo Grande, responsável pela retomada das obras, ainda não fechou as contas do investimento, segundo o superintendente da empresa, Élcio Terra. Porém, ele calcula que foram aplicados no local, cerca de R$ 4,5 milhões.
O objetivo inicial era que a Solurb investisse apenas no maquinário, mas como precisou concluir a obra, os valores acabaram ultrapassando o esperado pela empresa. A devolução do montante, no entanto, ainda não foi acordada com a gestão municipal, já que, segundo Élcio, ainda é preciso concluir o levantamento para definir como será feito esse repasse.
Já quanto ao incêndio que atingiu a UTR no sábado à noite (9), Terra ressaltou que não houve prejuízo no maquinário instalado, já que as chamas afetaram apenas parte do material reciclável que estava estocado. No entanto, funcionários da UTR acreditam que perderam pelo menos R$ 50 mil com o material queimado.
Para evitar novos incidentes, a prefeitura, está avaliando formas de investir na segurança do local para coibir invasões na UTR.
Capacidade - A Usina de Triagem de Resíduos terá capacidade para reciclar 150 toneladas de material por dia. Atualmente, os 49 catadores que atuavam no local conseguiam realizar, por dia, a separação de sete toneladas de produtos como plásticos, alumínio, vidros e papel.
De acordo com Élcio Terra, o número de catadores passou para 414, divididos em três turnos de trabalho. Ao todo, quatro cooperativas irão atuar no local. Cada uma vai trabalhar em uma das quatro esteiras. Os trabalhadores irão realizar o serviço que vai da alimentação da esteira com o material reciclável até o enfardamento.
Apesar das vantagens oferecidas a quem trabalha na UTR, Élcio afirmou que um grupo de pelo menos 100 trabalhadores ainda mantém resistência para sair da área de transição, contudo, já existe pelo menos 60 interessados em mudar definitivamente para a UTR.
O superintendente explica que devido a uma ordem judicial, expedida na época da retomada das obras, a área de transição, que é um espaço entre o aterro e a UTR, utilizado pelos catadores, deverá ser fechado até 30 dias. “O certo seria fechar simultâneo a inauguração, mas como há a decisão judicial que teve o intuito de não prejudicar os trabalhadores, tivemos que comunicar o juiz sobre a intenção de fechamento”, afirma.
Élcio Terra acredita que, com o tempo, os catadores remanescentes irão aderir a UTR, uma vez que a capacidade de reciclagem irá dobrar e, consequentemente, os ganhos. Atualmente, 800 toneladas de lixo são descarregadas na área de transição, onde os catadores podem fazer a coleta de materiais reciclados.
O problema é que cada catador precisa observar todos os tipos de produtos enquanto que na UTR o trabalho ocorre como em ums linha de produção, ou seja, cada esteira vai operar um tipo de material, agilizando a seleção. “Mesmo assim, fizemos um compromisso com os trabalhadores que optarem em não ir para a usina, de oferecer trabalho em algum dos nossos setores, seja na coleta ou na varrição”, diz Élcio.
Do lixo gerado diariamente no município, cerca de 35%, ou seja, 280 toneladas tem potencial para reciclagem. Com a ampliação do trabalho, a expectativa é que esse número dobre.
Élcio diz que a expectativa é coletar 600 toneladas diárias apenas de produtos com potencial de reciclagem. “Nem tudo dá para ser aproveitado. As embalagens de alimentos, feitas de papelão, por exemplo, são descartadas porque contém resíduos orgânicos”, ressalta.
Mesmo assim, na UTR, devido ao refinamento do processo seletivo, será possível aproveitar cerca de 30 tipos de materiais. Atualmente, pelo trabalho realizado no lixão, os catadores conseguem reaproveitam apenas plásticos, papelão, alumínio e garrafas pet.