Confusão causada por incêndio fez crianças "desaparecerem" no Mandela
Tumulto deixou pais desesperados com filhos que se misturaram à multidão
Crianças ficaram perdidas em meio à confusão causada pelo incêndio que atingiu a comunidade do Mandela na manhã desta quinta-feira (16). A região, localizada na saída para Cuiabá, teve grande parte dos barracos destruídos.
O Corpo de Bombeiros já realizou o controle das chamas, mas ainda há outros focos de calor no local a serem controlados. Até o momento, foram usados em torno de 25 mil litros de água. Defesa Civil evacuou área para analisar estragos.
Evelyn Gamarra, de 27 anos, é uma das mães que ficou abalada na hora do incêndio. Ao Campo Grande News ela relata que estava preparando o almoço quando ouviu gritos de outros moradores alertando sobre o fogo. Na casa estavam duas crianças. Uma amiga, Regiane Dorivina, de 32 anos, foi quem ajudou a retirar os filhos.
"Elas estavam dormindo no quarto e eu limpando o fogão pra começar a mexer no almoço quando começaram a gritar avisando do incêndio. Foi desesperador, só pensei em tirar as crianças de lá. Ainda bem que eu não estava sozinha, porque minha sogra tinha ido buscar crianças na escola e a ela estava aqui pra me ajudar”, finaliza.
Regiane, que também é mãe, revela que os filhos de Evelyn não chegaram a se perder na multidão, mas que muitas outras sim. “As crianças não se perderam, mas acho que no desespero muitas podem ser que tenham, porque no momento os adultos foram pegando as crianças, até os quem não eram filhos. Foi tudo na intenção de resgatar todo mundo, se ajudar”.
O tenente coronel do Corpo de Bombeiros, César, explicou à reportagem que as crianças não estavam perdidas em meio às chamas, mas que ficaram longe dos pais na confusão.
Rody Cleydson Santos, 23 anos, morava há um ano no local. Esta semana começou a trabalhar em carvoaria e por coincidência passou em casa no momento em que estava pegando fogo. Quando viu as chamas, pensou na irmã que tem um filho de quatro meses e na mãe que tem problema pulmonar.
"Aqui todo mundo é trabalhador, não é nem pelo que a gente perdeu, mas por toda a situação. Agora é começar tudo de novo e trabalhar dobrado."
A irmã conseguiu tirar algumas coisas das crianças do barraco, mas a casa improvisada foi destruído. “Nós passamos por acaso, quando vi, já não deixei nem a van parar, desci correndo. Nós não estávamos isso".
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