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Capital

Famílias tinham pouco, “agora não têm nada”, resume moradora após fogo em favela

A comunidade ainda tentava compreender como começou o fogo, que seguia consumindo barracos

Por Maristela Brunetto e Ana Beatriz Rodrigues | 16/11/2023 13:12
Moradores conseguiram salvar alguns eletrodomésticos e objetos pessoais antes de barracos serem destruídos (Fotos: Paulo Francis)
Moradores conseguiram salvar alguns eletrodomésticos e objetos pessoais antes de barracos serem destruídos (Fotos: Paulo Francis)

Os moradores da Comunidade Mandela, na região norte de Campo Grande, já tinham muito pouco e “agora não têm nada, a perda foi gigantesca", resumiu a liderança da ocupação formada há seis anos perto do Córrego Segredo, Greicielle Nayara, 29 anos. Uma das primeiras a chegar ao local à época, ela construiu sua moradia perto da rua Jorge Budib, e não tinha sido atingida pelo fogo.

O incêndio começou perto do final da manhã, mais pra dentro da comunidade, que reúne 187 barracos. Houve muita correria, moradores tentavam retirar as crianças e também salvar o que conseguiam antes de o fogo consumir muitos barracos. Equipes do Corpo de Bombeiros atuavam no combate ao fogo e socorro a moradores.

Não se sabe ainda como começou o incêndio. Conforme Greicielle, circulam várias versões, a serem apuradas. O fogo se espalhou rápido, porque os barracos são colados um no outro, feitos com madeira, compensado, materiais de fácil combustão.

Muitos barracos são de chão batido. Alguns moradores conseguiram estruturar a moradia com mais condições, como foi o caso de Greicielle. No começo do ano, ela mostrou à reportagem que familiares ajudaram e edificaram uma base de tijolos e piso para evitar que a enxurrada entrasse na casa na temporada de chuva, problema de muitas moradias.

Material de fácil combustão fez com que fogo se alastrasse com rapidez; estragos ainda não foram contabilizados
Material de fácil combustão fez com que fogo se alastrasse com rapidez; estragos ainda não foram contabilizados

Mesmo com dificuldades, muitas casas contavam com geladeira, televisão, máquina de lavar. Houve correria para retirar móveis e eletrodomésticos e tentar evitar a perda de tudo. Ainda não houve condições de contabilizar os prejuízos.

As famílias do Mandela aguardavam a remoção para um conjunto habitacional, com previsão de entrega no ano que vem pela Prefeitura, mas sonho ficou adiado porque, após escolher o terreno, a cerca de dois quilômetros dali, foi necessário iniciar o processo de licenciamento ambiental, por se tratar de área vizinha às nascentes do Segredo.

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