Consórcio local disputa com empresa de Curitiba licitação do transporte
Dois concorrentes estão na briga pela licitação de R$ 3,4 bilhões para exploração do transporte coletivo urbano de Campo Grande pelos próximos 20 anos. De um lado está a empresa Auto Viação Redentor, de Curitiba (PR), enquanto do outro está o consórcio Guaicurus, formado pelas viações Cidade Morena, São Francisco, Jaguar e Campo Grande.
As quatro empresas, mais a Viação Serrana, integram atualmente a Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano). A empresa de Curitiba, cidade que sempre foi considerada molde para o transporte coletivo em Campo Grande, opera 71 linhas na capital do Paraná, e diz transportar 200 mil passageiros diariamente e empregar 1,6 mil pessoas.
Durante o processo, 11 empresas compraram o edital. Dessas, 9 fizeram visitas técnicas para conhecer a situação atual do transporte coletivo de Campo Grande, mas só duas manifestaram o interesse de permanecer na disputa.
De acordo com Marcelo Amaral, diretor-presidente da Agência de Regulação de Serviços Públicos, a oferta mínima para outorga da concessão é de R$ 10 milhões.
Esta foi a primeira fase do processo licitatório. A segunda fase consiste na contratação e homologação, caso não haja pedido de impugnação.
O edital de licitação prevê investimentos de R$ 800 milhões no transporte coletivo, sendo que R$ 40 milhões devem ser imediatos.
A comissão que define o vencedor da licitação é formada por um representante da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e quatro representantes da Cecom (Central de Compras) da prefeitura de Campo Grande. Essa comissão avalia os indicadores financeiros das empresas, a experiência no transporte coletivo e o prazo para início das operações.
O resultado de hoje deve ser publicado no Diário Oficial do Município entre 3 a 4 dias. A partir da data de publicação, as empresas terão cinco dias para questionar.
De acordo com o presidente da Assetur, João Rezende, a Viação Serrana foi procurada para que as cinco empresas que atuam em Campo Grande formassem um novo consórcio. Entretanto, a viação não demonstrou interesse em participar.
A prefeitura de Campo Grande quer, em 2013, 100% da frota com ônibus adaptados. Outra exigência é que a vencedora absorva de 30% a 100% do efetivo de trabalhadores das empresas de viação.
Sem a viação Serrana, ficará a cargo da prefeitura definir a divisão de linhas e regiões que a vencedora da licitação atuará em Campo Grande.