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Capital

Construtora desiste de locação em condomínio para 366 trabalhadores

Residentes não aceitaram novos inquilinos e alegaram insegurança, devido à quantidade de homens

Natália Olliver | 27/07/2023 17:50
Cartazes alegam que residencial "não é alojamento". (Foto: Henrique Kawaminami)
Cartazes alegam que residencial "não é alojamento". (Foto: Henrique Kawaminami)

O impasse da locação dos imóveis no Residencial Virgínia, na Vila Nossa Senhora das Graças, região norte de Campo Grande, chegou ao fim. Isso porque a Construtora Hannah, dona de parte dos apartamentos, desistiu da locação para 366 trabalhadores de Ribas do Rio Pardo, município a 98 quilômetros da Capital. Todos são funcionários da Imetame, terceirizada da Suzano.

A construtora alega que ganhou a decisão judicial, mas justifica a desistência como uma maneira de manter a ordem no condomínio, já que os moradores se mostraram avessos aos novos vizinhos, inclusive fazendo protestos em frente ao local. Eles chegaram a colocar um carro para barrar a entrada dos caminhões que estavam levando colchonetes e geladeiras aos apartamentos alugados para os trabalhadores se mudarem. A polícia precisou ser acionada.

No residencial, 61 apartamentos desocupados são de propriedade da construtora Hannah. Segundo informações apuradas pela reportagem, seriam seis trabalhadores em cada apartamento.

A preocupação dos moradores era com a segurança do local, devido à quantidade de homens alojados. Ao Campo Grande News, um deles, técnico em telecomunicações, de 46 anos, que não quer ser identificado, contou que os filhos brincam na área externa do residencial e ficou preocupado.

"Com esse monte de gente, não sei se conseguiremos garantir a segurança do condomínio. Nós temos um regimento a seguir. Se nós não podemos fazer isso, por que eles podem?", questiona o morador. Ele relata que o contrato entre a construtora e a terceirizada responsável pelos trabalhadores pode ser considerado "desleal", pois foi fechado na "surdina", no dia 12 deste mês.

Viatura da Polícia Militar e cartazes pregados no portão do condomínio (Foto: Henrique Kawaminami)
Viatura da Polícia Militar e cartazes pregados no portão do condomínio (Foto: Henrique Kawaminami)

Confusão - Na tarde de quinta-feira (20), a Polícia Militar foi acionada após os moradores do Residencial não permitirem a entrada dos inquilinos. Com carros e cartazes bloqueando a entrada, os atuais moradores alegam que os novos vizinhos causariam insegurança. Disseram que “o sossego acabaria”.

“A empresa pegou todos os apartamentos vazios que tem aqui e fez um contrato comercial, eles transformaram em alojamento, são cerca de 400 homens que vão viver aqui, e um ônibus vem buscar eles para trabalhar em Ribas em diferentes turnos”, comentou a moradora que não quis se identificar.

À reportagem, a Imetame se limitou a dizer apenas que desistiu dos apartamentos. A reportagem questionou a empresa sobre onde os trabalhadores seriam realojados, mas até o final desta matéria não obteve resposta.

A Suzano, empresa para a qual a Imetame presta serviço, informou exigir das terceirizadas que atuam na construção da sua nova fábrica em Ribas do Rio Pardo o cumprimento rigoroso à legislação trabalhista e o acordo sindical vigente, seguindo ainda rígidas normas da empresa relacionadas a condições de moradia, alimentação, saúde e bem-estar de cada funcionário.

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