Contra restrições, empresários fazem manifestação na Afonso Pena
Ao coro de “não acabou, tem que acabar, esse decreto não nos deixa trabalhar” empresários, comerciantes e funcionários realizam protesto na tarde desta sexta-feira (12), em frente a Prefeitura de Campo Grande. Apesar da últimas medidas serem assinadas pelo Governo do Estado, o grupo quer apoio do município contra as novas medidas que passam a vigorar no domingo.
Aproximadamente 100 pessoas participam da manifestação, o que gerou aglomeração no Paço Municipal. O objetivo dos manifestantes é chamar a atenção do poder publico e dialogar com a prefeitura sobre as demandas dos setores que serão prejudicados com o decreto, como forma de amenizar os efeitos da ampliação do toque de recolher para 20h.
Um dos organizadores do protesto, Caio Monteiro de Lima, 45 anos, funcionário de buffet, repete o que é coro no grupo, que as medidas restritivas para o setor são ineficaz para diminuir o contágio do vírus.
“A gente segue todos os padrões, coisa que em festa clandestina não tem. Não podemos fechar porque a economia já está fragilizada, mais de 4 mil pessoas já perderem o emprego. Impedem o comércio mas as pessoas não vão parar, aglomeram em casa, vão ao mercado fazer compras e reunir em casa”, diz.
Na expectativa de serem recebidos pelo prefeito, os organizadores do movimento montaram um documento com alternativas e medidas que poderiam ser adotadas para controlar os impactos do contagio sem ser radical com o setor.
Temendo maiores restrições futuras, Wanderson Arruda, 32 anos, que possui três empresas na cidade, pede ações contra a clandestinidade, maior fiscalização e o fechamento do comércio que não quiser respeitar as medidas.
“A alternativa do governo é ineficaz, outros estados fecharam antes e a situação ficou ainda pior, estão caminhando para o lockdown nossa ideia é que haja fiscalização o dia todo, não somos contra vidas queremos salvar muitas delas. Certeza que daqui quinze dias as medidas serão prorrogadas”, sugere o empresário.
Dono de lanchonete, Marcos Maidano, 48 anos, conta que teme a ir a falência devido aos prejuízos que teve desde o início da pandemia. O empreendedor ficou sabendo da manifestação através de grupos de whatsapp e achou importante participar.
“Temos noção do que estamos passando, a gente entende o contexto mas o foco principal não somos nós, estamos cumprindo todo o protocolo orientado, álcool, limitação e mesmo assim somos penalizados, muitos estão quebrando fazendo empréstimos, eu mesmo já me endividei fazendo um fazendo uma atrás do outro, meu medo é ir a falência”, diz o empresário alegando que terá que “mendigar clientes” durante a semana já que está impedido de trabalhar aos finais de semana.
Após o protesto em frente ao paço municipal, os manifestantes pretendem fazer carreta até a Governadoria no Parque dos Poderes.
Vale para todos - O decreto com as regras que começam a valer domingo tem superveniências sobre as decisões municipais, segundo alertado pelo chefe do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Alexandre Magno Lacerda.
De acordo com o procurador, o Ministério Pùblico, caso identifique descumprimento por parte de municípios, vai à Justiça pedindo o cumprimento das medidas visando a frear o caos provocado pelo pico da pandemia de covid-19.