Coordenadora do Marco depõe nesta tarde sobre quadro apreendido
Apesar de estar no Marco desde junho, só ontem (14) a obra gerou denúncia
A Polícia Civil ouve na tarde desta sexta-feira (15) a coordenadora do Marco (Museu de Arte Contemporânea) Lucia MontSerrat sobre o quadro “Pedofilia”, apreendido por fazer apologia ao crime, segundo o delegado Fabio Sampaio, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente).
Apesar de estar no lugar desde junho, só ontem (14) a obra gerou denúncia à polícia, por deputados estaduais que enxergaram apologia à pedofilia.
De acordo com o delegado, além da coordenadora, a polícia também irá ouvir a artista plástica mineira Alessandra Cunha Ropre. “Entraremos em contato para saber qual a disponibilidade dela em vir a Campo Grande. Caso, ela não tenha o depoimento será feito por meio de carta precatória, ou seja, enviaremos a solicitação à polícia de minas para que a interrogue e nos envie posteriormente a transcrição”, explica.
Pais e adolescentes que viram a exposição antes do indicativo de idade mudar para maiores de 18 anos também deverão ser interrogados. “Esperamos concluir em até trinta dias esta investigação”, estima o delegado.
Polêmica - O movimento contra a exposição “Cadafalso”, da artista foi o centro de acalorados debates na sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, de quinta-feira (14). Os deputados classificaram a obra da artista como promoção “de sacanagens e desrespeito à família e aos bons costumes”.
A exposição da artista mineira, que segundo os parlamentares apresenta entre outras coisas cenas de pedofilia e de masturbação, está no Marco desde o mês de junho, mas só agora os parlamentares deram conta do seu conteúdo, a poucos dias do encerramento previsto para o dia 17 deste mês.
Quem levantou o tema na Assembleia Legislativa foi o deputado Lídio Lopes (PEN). Ele disse que questionava uma exposição do Santander Cultural, em Porto Alegre, que acabou cancelada sob a acusação de fazer promoção de pedofilia, zoofilia e blasfêmia.
No término da sessão três deputados Paulo Siufi (PMDB), Herculano Borges (Solidariedade) e Coronel David (PSC) denunciaram a exposição formalmente na Depca (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente.