ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  17    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Corpo de mulher que morreu em UPA passa por exame detalhado antes de ser velado

Família registrou boletim de ocorrência relatando que houve demora no atendimento

Por Cassia Modena | 24/01/2024 09:23
Marcelly tinha 33 anos, era assistente social e fazia bolos por encomenda (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Marcelly tinha 33 anos, era assistente social e fazia bolos por encomenda (Foto: Reprodução/Redes sociais)

O corpo de Marcelly Almeida passa por exames detalhados nesta manhã (24), no Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) do Bairro Vila Ipiranga, em Campo Grande. Ainda não se sabe o que a levou a ter uma parada cardiorrespiratória e morrer na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, no dia anterior.

A mulher tinha 33 anos e trabalhava como assistente social no Cotolengo, que cuida de pessoas com paralisia cerebral na Capital. Fazia bolos e outros doces por encomenda também, para complementar a renda. Ela deixa duas filhas, uma de 15 e outra de 12 anos.

O marido e a irmã de Marcelly registraram boletim de ocorrência, para que a possível demora no atendimento que ela recebeu na unidade seja apurada. De acordo com o registro policial, ela chegou à unidade por volta das 13h, e se passaram aproximadamente duas horas "do primeiro pedido até a vítima ser socorrida".

Ela relatou dores no peito, diarreia, vômito e dificuldade de respirar. Relatório médico citado no boletim afirma que a assistente social teve parada cardiorrespiratória e, após nove tentativas de reanimação, morreu por volta das 16h45.

Fachada da UPA Coronel Antonino, onde Marcelly procurou atendimento (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)
Fachada da UPA Coronel Antonino, onde Marcelly procurou atendimento (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)

Na delegacia, o marido também reclamou ter esperado muito para ter informações sobre o estado de saúde da esposa. "Após a vítima entrar em uma das salas da unidade, o comunicante não teve mais qualquer contato, e recebeu a notícia de que a mesma teria vindo a óbito", diz trecho do registro.

Suspeita - Tia do marido de Marcelly, Marli Lopes afirmou à reportagem que a assistente social relatou se sentir mal ontem e que se falou em suspeita de dengue. "Mas ainda não se sabe, ela estava só indisposta", disse.

Os outros familiares estão abalados e preferiram não se manifestar no momento, ainda mais porque a filha mais velha da assistente social fará aniversário neste sábado (27), segundo Marly.

Nas redes sociais do Cotolengo, colegas de trabalho expressam surpresa com a morte de Marcelly e relatam que ela foi vista alegre e disposta na organização, na semana passada.

A assistente social trabalhava há 4 anos e meio na entidade de apoio social. O padre Valdeci Marcolino, coordenador do local, afirma que a perda é recebida com muita tristeza. "Uma assistente social cheia de muito amor e cuidado com as pessoas. Estava sempre com um sorriso no rosto e com muito carinho no atendimento às pessoas assistidas na obra", disse.

Velório - Conforme disseram os familiares, a previsão é que o corpo seja liberado às 12h de hoje, e que o velório inicie às 13h. Uma celebração ecumênica deverá ser feita em homenagem à funcionária, disse também o padre Valdeci.

Ele acontecerá na capela Sagrada Família, que fica ao lado do Cotolengo, e está localizada na Rua Jamil Basmage, 996, no Bairro Mata do Jacinto.

O que diz Secretaria - A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), responsável pelas UPAs de Campo Grande, foi questionada sobre possível notificação de suspeita de dengue e se apura possíveis falhas no atendimento a Marcelly.

Ontem, a pasta enviou a seguinte nota à imprensa sobre o caso:

A Sesau esclarece que a paciente deu entrada na UPA Coronel Antonino no início da tarde de hoje, passou por classificação e recebeu a cor amarela, sendo encaminhada diretamente para atendimento médico. Ela permaneceu em observação, sendo medicada e monitorado os sinais vitais no setor de estabilização da unidade, e que devido ao rápido agravamento do quadro clínico precisou ser encaminhada para a sala de emergência. Na sala de emergência, devido à piora do estado clínico, a paciente evoluiu com uma parada cardíaca, sendo intermediada pela equipe de emergência, porém, sem sucesso. A Sesau também informa que todo os procedimentos aconteceram dentro do tempo protocolar, conforme a classificação de risco, lamenta o falecimento da paciente e aguarda o resultados de exames para a elucidação diagnóstica.

Hoje, informou que "internamente, todo o fluxo de atendimento da paciente está sendo apurado". Sobre a suspeita da dengue, afirmou que aguarda resultado dos exames.

Matéria atualizada às 10h20 para acrescentar resposta da Sesau.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.



Nos siga no Google Notícias