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Capital

Correria e afeto dos veteranos no 1º vestibular “independente” da UFMS

Na terceira edição após ser retomado, é o primeiro ano em que é possível ingressar na Universidade sem ter feito o Enem

Izabela Sanchez e Liniker Ribeiro | 01/12/2019 08:56
Preparo intelectual para o vestibular e físico para aguentar a corrida até a sala de aula (Foto: Marcos Maluf)
Preparo intelectual para o vestibular e físico para aguentar a corrida até a sala de aula (Foto: Marcos Maluf)

Com o futuro incerto, a educação pública superior no Brasil ainda é o sonho de milhões de estudantes no Brasil. Neste domingo (1), o último mês de 2019 começou com correria nos arredores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande, na primeira vez depois da adesão ao Sisu (Sistema de Seleção Unificada) em que o vestibular, realizado hoje, é “independente”, ou seja, não precisa do Enem para garantir ingresso.

Este ano, para entrar na maior universidade pública de Mato Grosso do Sul é possível tanto aplicar as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) quanto aprovação no vestibular deste domingo. Em 11 cidades do Estado, 15 mil estudantes tentam uma vaga.

A correria não implicou nos famosos atrasados, mas tumultuou trânsito na Avenida Costa e Silva e movimentou a cidade universitária da Capital. A prova começou às 8h e 20 minutos antes ainda dava para ver gente descendo correndo dos carros que entravam no campus.

Correndo, mas com sorriso no rosto: esperança de cursar graduação em universidade pública (Foto: Marcos Maluf)
Correndo, mas com sorriso no rosto: esperança de cursar graduação em universidade pública (Foto: Marcos Maluf)

Adrian Pacheco, 20, veio de Goiás e o vestibular da UFMS totaliza 5 que ele concorre, este ano, para tentar uma vaga em medicina nas universidades do Brasil. Disse que a expectativa está grande e o preparo também, em mais de 1 cursinho. “Estudei muito em casa. Mesmo distante, estou confiante”, comentou.

Adrian estava com Isadora Mota, 18, que também veio do estado vizinho e concorre para a mesma vaga no curso de medicina, o de maior concorrência da UFMS. A estudante contou que tiveram que estudar “muito” por conta própria. O motivo são as particularidades do vestibular regional, como questões sócio históricas, por exemplo.

“De onde vivemos não recebemos uma preparação para vestibulares de outros estados,”, relatou ela.

Outro goiano que busca um espaço no curso de medicina da UFMS é Davi Tostes, 17, que está pela primeira vez em Campo Grande, e este é o primeiro vestibular que presta em 2019. “Me preparei estudando as edições anteriores. Achei difícil, como toda prova, mas nada impossível”, avaliou.

O eletricista Gabriel Garcia, 32, já prestou o Enem e agora tenta o vestibular em busca da graduação em educação física ou matemática. “Estou meio enferrujado, mas creio que não será um bicho de sete cabeças, não sei o que pretendo fazer, talvez educação física ou matemática”, contou.

Concorrentes e inseparáveis, Igor e Julia querem cursar medicina (Foto: Marcos Maluf)
Concorrentes e inseparáveis, Igor e Julia querem cursar medicina (Foto: Marcos Maluf)

Igor Zanello 19 e Julia Ayach, 19, chegaram juntos, estudaram juntos desde o segundo ano do ensino médio e hoje, além da amizade, são também concorrentes pela tão sonhada graduação em medicina. Igor relatou que ele e a amiga já realizaram a prova nas duas edições anteriores.

“A prova ainda está em formação, mas é muito boa, estou confiante que terá os acertos necessários”, opinou. “Minha expectativa é passar”, emendou Julia.

A tradicional mascote da UFMS, capivara de óculos deixa a manhã mais leva para a prova tão difícil (Foto: Marcos Maluf)
A tradicional mascote da UFMS, capivara de óculos deixa a manhã mais leva para a prova tão difícil (Foto: Marcos Maluf)
Afeto da veterana com kit na mão para os calouros (Foto: Marcos Maluf)
Afeto da veterana com kit na mão para os calouros (Foto: Marcos Maluf)

Afeto – O nervosismo de quem concorre a uma vaga na graduação mais disputada da UFMS foi aplacada pelo afeto dos veteranos, que já passaram por esse momento difícil e distribuíram “kits aprovação” aos estudantes, com chocolates, canetas e um “selo de aprovação” para dar confiança aos futuros calouros.

“Já é tradição os veteranos receberem que está chegando, as pessoas estão muito nervosas, mas o clima está bem leve”, contou Amanda Bouprik, 21, que já está no segundo semestre de medicina.

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