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Capital

Corte nos salários atinge 450 funcionários da Prefeitura da Capital

Aline dos Santos | 23/01/2013 11:35
Na Central de Atendimento ao Cidadão, serviços foram paralisados. (Foto: Luciano Muta)
Na Central de Atendimento ao Cidadão, serviços foram paralisados. (Foto: Luciano Muta)

O corte de gratificações, que na prática reduz o salário, foi denunciado por duas categorias ao Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), num total de 450 funcionários municipais.

Além de 50 servidores da Central de Atendimento ao Cidadão “William Maksoud Filho”, que protestaram hoje contra o corte da bonificação de R$ 306, os 400 administrativos da Educação relatam não terem recebido a gratificação do Profuncionário, equivalente, em média, a R$ 150.

De acordo com o presidente do Sisem, Marcos Tabosa, o sindicato aguarda posicionamento da Prefeitura até sexta-feira. Caso não haja acordo, será convocada assembleia dos servidores. “Estamos tentando avançar no diálogo. Isso para nós é redução de salário. A gratificação é paga há anos”, afirma Tabosa.

O Profuncionário é um curso de qualificação com um ano e oito meses de duração. A categoria dos administrativos da Educação é composta por merendeiras, monitores, bibliotecários. Servidora há 16 anos, uma funcionária, que pediu para não ser identificada, relata que recebe 20% do salário como gratificação desde março de 2011. “Para a gente, é como se fosse incorporado ao salário. Usava para ajudar a pagar a faculdade”.

No quadro da Prefeitura, os funcionários da Central do Cidadão e os administrativos entram nas categorias 1 a 13, que correspondem a servidores em cargos de níveis fundamentais e médios.  Conforme Tabosa, é o grupo que tem menor a remuneração, com faixa salarial de R$ 700. “São categorias com remuneração inferior. Se bobear, tem mirim que vai ganhar mais”, salienta. Para o presidente do sindicato, o impacto na folha de pagamento é mínimo, numa Capital que trabalha com orçamento de R$ 2,7 bilhões em 2013. “Isso dá menos de R$ 50 mil”, afirma.

Surpresa - Hoje, os servidores da Central de Atendimento ao Cidadão fizeram paralisação por meia hora em protesto contra o corte do benefício. A folha de pagamento foi fechada ontem e os servidores surpreendidos com a remuneração menor. Após reunião com o secretário de Administração, Ricardo Ballock, eles retornaram ao trabalho, mas sem garantias de voltar a receber a gratificação que dá um “plus” no salário bruto de R$ 700.

As gratificações que aumentam a remuneração dos servidores não estão inclusa no salário, que por lei não pode ser reduzido. De acordo com o presidente do Sisem, as vantagens vêm sendo estabelecidas por decreto, que não dão segurança ao trabalhador.

No caso do magistério, por exemplo, qualquer alteração deve ser feita por projeto de lei. “Qualquer coisa que o prefeito for tentar tirar ou mexer, o estatuto prevê encaminhamento de projeto para a Câmara”, explica o presidente da ACP (Sindicado Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Alves.

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