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Capital

Crise política ‘fulminante’ tornou contenções inadiáveis, diz prefeito

Escândalos dos últimos dias refletem na economia e chefe do Executivo municipal prevê queda de mais de 10% na arrecadação do ICMS

Anahi Zurutuza | 25/05/2017 17:48
Prefeito Marquinhos Trad analisando números antes de dar entrevista (Foto: Marina Pacheco)
Prefeito Marquinhos Trad analisando números antes de dar entrevista (Foto: Marina Pacheco)

As crises política e econômica que se instalaram no Brasil desde o início da Operação Lava Jato, mas principalmente após a delação da JBS, já tiveram consequências graves na arrecadação de Estados e municípios. Mas, o pior ainda está por vir, segundo o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD).

Durante coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (25), o chefe do Executivo municipal previu que a queda na arrecadação do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), a principal fonte de renda do município, será de mais de 10% nos próximos meses.

“Com as incertezas e instabilidades que o Brasil passa, só nestes últimos dias, nós já podemos prever que a queda de ICMS vai ultrapassar os dois dígitos”.

Para o prefeito, as denúncias que apontam para a corrupção sistemática causaram “abalos fulminantes” na economia por causa da perda de confiança internacional no mercado brasileiro.

Marquinhos destacou que Campo Grande, como todos os Estados e municípios sofrerão as consequências. “Esta crise econômica atingiu o governo federal, ecoou no governo estadual e abalou o município, sem dúvida”.

Prefeito listando cortes que serão feitos nas despesas (Foto: André Bittar)
Prefeito listando cortes que serão feitos nas despesas (Foto: André Bittar)

Melhor momento – O chefe do Executivo municipal considera que, portanto, “este é o melhor momento” para tomar as medidas de contingenciamento de gastos anunciadas nesta tarde – a prefeitura prevê economia imediata de R$ 5 milhões com a folha de pagamento com corte de “penduricalhos” nos salários dos servidores.

“Nós encontramos o seguinte dilema: ou a gente toma uma atitude agora ou o tempo vai tomar a atitude pela gente. Este é o melhor momento, momento da gente passar tudo a limpo, tomar medidas de austeridade e energia. Chega de corrupção! Dessas pessoas que desonram os votos que receberam”, discursou.

Marquinhos voltou a dizer uma frase que sempre repete: “Não adianta dizer que é honesto, tem que provar a honestidade”.

Ele ressaltou ainda que se os cortes não forem feitos, a folha do funcionalismo público municipal, maior despesa da prefeitura, ultrapassaria os R$ 110 milhões por mês e agravaria o deficit nas contas, que em abril, por exemplo, foi de R$ 31,72 milhões. “Jamais poderíamos manter isso”.

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