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Capital

De jogos “inocentes” à surra diária: os perigos para as crianças na quarentena

Pedido é para que vizinhos fiquem de olhos e ouvidos bem abertos e, em caso de suspeita, denunciem

Aline dos Santos e Clayton Neves | 17/04/2020 11:28
De jogos “inocentes” à surra diária: os perigos para as crianças na quarentena
Crianças correm risco dentro de casa pela aproximidade com agressores. (Foto: Henrique Kawaminami)

A quarentena que já dura um mês para as crianças, diante da suspensão das aulas devido ao novo coronavírus, é marcada por outros tipos de perigos.

Dentro de casa, se tornam alvos ainda mais fácil para adultos agressores, sendo vítimas de crimes como estupro e maus-tratos. Mas o perigo também vem pela internet, com jogos que têm abas de conversa e podem colocar as crianças na mira de pedófilos.

De acordo com a delegada adjunta da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Anne Karine Sanches Trevizan, as estatísticas mostram que o número de ocorrências desde março permaneceu na média, mas é provável que mais denúncias comecem a chegar.

No entanto, um complicador é que muitas vezes os crimes são descobertos na escola, que agora seguem fechadas. Desta forma, o pedido é de que os vizinhos fiquem de olhos e ouvidos bem abertos e, em caso de suspeita, denunciem.

“Leva  certo tempo para as denúncias começarem a acontecer, por isso a probabilidade de que aumente nas próximas semanas é muito grande. Esse é o momento em que o agressor tem mais chances de cometer os crimes, apesar de a casa estar mais cheia, acaba praticando crime se tiver chance”, afirma a delegada.

De jogos “inocentes” à surra diária: os perigos para as crianças na quarentena
O alerta da delegada Anne Karine também vai para jogos e aplicativos, que se tornam oportunidade para pedófilos. (Foto: Henrique Kawaminami)

No ambiente familiar, é preciso ter paciência com as crianças, lembrando que muitas não entendem a necessidade de ficar em casa e que, sim, elas têm muita energia.

“Com a criança em casa, é o momento que  pai e mãe agressores batem de manhã, de tarde e de noite. Os vizinhos devem prestar atenção, não como uma maneira de bisbilhotar, mas uma questão de cuidado, de ter uma conduta social de amparar o próximo. Ficar atento se escutar gritos, pedidos de socorro”, afirma a delegada.

O alerta da DEPCA também vai para jogos e aplicativos, que se tornam oportunidade para pedófilos. “Às vezes, o que parece jogos ou aplicativos inocentes têm abas para conversa. Não é proibir o jogo, mas observar e controlar com o quem o seu filho está conversando”, diz Anne Trevizan.

À delegacia, por exemplo, é investigado o uso por pedófilos do aplicativo de vídeos Tik Tok e do Roblox, game com bate-papo. Denúncia à DEPCA pode ser feita por meio do telefone (67) 3323 2500. A identidade do denunciante é mantida em sigilo.

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