Debaixo de chuva, mãe é despejada de casa com 4 filhos
Moradora estava em imóvel doada desde 2009; Agentes cumpriam mandado de reintegração de posse nesta quinta
Desde 2009, Gislaine Oliveira de Souza, de 33 anos, vive em uma casa da Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado de Mato Grosso do Sul) na Rua Esther de Assumpção e Cunha, no Bairro Ramez Tebet. Debaixo de chuva ela foi despejada com os 4 filhos da residência na manhã desta quinta-feira (10), por força de mandado de reintegração de posse.
Segundo a moradora, o imóvel foi dado para a família há 15 anos. O antigo morador, e proprietário da casa, conseguiu a casa por programas habitacionais. Gislaine admite que nunca pagou prestação ou aluguel. “Eu não tenho para onde ir com as crianças. Minhas filhas estudam aqui na escola perto, eu não tenho para onde ir com essas crianças e com meu pai, que é amputado. Daí eu estou pedindo para eles um tempo e eles não querem dar”.
A dona de casa ressalta que chegou a propor pagar aluguel ao antigo dono e ele recusou. “Ele ia me alugar, ficou um tempo, daí um dia para ele e falou ‘vamos lá passar a luz para o seu nome’. São quatro crianças e um senhor de 78 anos que moram comigo. É absurdo o que está acontecendo, eu não tenho pra onde ir e eles não estão nem aí. Vão tirar tudo aqui embaixo da chuva”.
Para ela, independente da irregularidade, fazer isso com chuva é insensível. “Trouxeram até polícia, é uma falta de sensibilidade enorme fazerem isso embaixo de chuva. Vou atrás da defensoria”. Nesta quinta, Gislaine e os filhos vão para casa da mãe.
A Agehab (Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul) informou que esgotou todas as tentativas de negociação para regularizar a ocupação irregular do imóvel. Segundo a pasta de habitação, desde janeiro de 2023, a ocupante foi notificada diversas vezes e orientada por uma assistente social, mas não demonstrou interesse em resolver a situação. Diante da falta de resposta, a Agehab entrou com uma ação de reintegração de posse em outubro de 2022.
O processo foi julgado procedente e, após a sentença transitar em julgado em fevereiro de 2024, foi expedido o mandado de reintegração de posse, que aguardava cumprimento desde maio e ocorreu na manhã de hoje.
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(*) Matéria editada às 16h55 para acréscimo da resposta da Agência Estadual de Habitação.