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Capital

Defesa entra com recurso e julgamento da morte de musicista é adiado

Júri popular deveria acontecer no dia 23 de novembro. O caso agora será enviado ao Tribunal do Júri de Mato Grosso do Sul

Geisy Garnes | 31/10/2018 17:08
Luís Alberto está preso desde setembro do ano passado (Foto: Arquivo)
Luís Alberto está preso desde setembro do ano passado (Foto: Arquivo)

O julgamento de Luís Alberto Bastos Barbosa - assassino confesso da musicista Mayara Amaral - marcado para o dia 23 de novembro foi adiado e só deve acontecer em 2019. O processo sobre a morte da jovem de 27 anos foi paralisado após a defesa do réu entrar com recurso, na tentativa de retirar as qualificadoras do crime.

O recurso foi entregue a 2ª Vara do Tribunal do Júri na semana passada. No documento, o advogado Conrado de Souza Passos pede a exclusão das qualificadoras do crime no processo.

Isso porque no início do mês, o juiz Aluízio Pereira dos Santos aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual e mandou Luís a júri popular pelos crime de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Na visão da defesa, Luís deve ser julgado apenas por homicídio simples. Com o recurso, o processo será enviado ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Enquanto isso, o julgamento fica novamente sem data para acontecer e deve ser marcada apenas para o próximo ano.

O caso – Mayara Amaral, musicista e educadora, tinha 27 anos quando foi brutalmente assassinada, no dia 25 de julho de 2017. A última vez que foi vista estava na companhia de Luis Alberto Bastos Barbosa, em um ensaio, um dos projetos musicais de Mayara.

O destino final da musicista só foi descoberto depois. Seu corpo foi encontrado parcialmente carbonizado na estrada que dá acesso a cachoeira conhecida na Capital como ‘Inferninho’. Mayara foi morta em um quarto de motel. Foi ferida a golpes de martelo e teve o corpo abandonado e incendiado no fim da tarde do mesmo dia.

Em depoimento, Luís contou que matou a musicista durante uma “briga besta”, regada com muito álcool e uso excessivo de droga. “Eu estava três dias sem dormir, com sintomas de sífilis e na função da droga”, afirmou. “Se eu tivesse consciente, nunca ia fazer uma coisa dessas”.

“Não lembro se foram dois, três ou um, não lembro quantas vezes, só flashes”, afirmou o réu quando o juiz perguntou quantas vezes ele acertou Mayara com o martelo. Luís também alegou não se lembrar o porque atingiu a apenas a cabeça da musicista. “Não queria bater. Só queria assustar”.

O réu ainda passou por exame de insanidade com o objetivo de tentar uma redução da pena do acusado, possibilidade existente, caso ele fosse considerado semi-imputável, como prevê o artigo 26 do Código Penal. O laudo no entanto, segundo a perita responsável pelo exame, afirmou que Luís “tem sua capacidade de entendimento totalmente preservada”.

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