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Capital

Defesa pedirá perícia sobre saúde mental de servidora do Pix falso

Soma dos prejuízos dado a salão e outras duas profissionais da beleza passa de R$ 60 mil

Por Anahi Zurutuza | 25/09/2024 17:27
Momento que Raquel Velasques foi abordada na saíde de salão da Capital (Foto: Direto das Ruas)
Momento que Raquel Velasques foi abordada na saíde de salão da Capital (Foto: Direto das Ruas)

A defesa da servidora pública Raquel Adriana Velasques Portugal, 43, que foi presa na terça-feira (25) após mais uma vez fazer Pix falso para pagar pelos serviços em salão luxuoso no Jardim dos Estados, em Campo Grande, diz que pedirá perícia para aferir a saúde mental da cliente. Ela foi descoberta após tentar aplicar golpe em profissional da área de harmonização facial; só para o estabelecimento onde cuidava dos cabelos e unhas desde janeiro deste ano fez 65 pagamentos “fake”.

De acordo com nota enviada à imprensa pelo advogado Patrick Xavier da Luz, acionado para representar Raquel, a cliente, que preferiu usar o direito ao silêncio em solo policial, fará os esclarecimentos “em tempo oportuno, durante a instrução do processo judicial”.

À polícia, Raquel disse apenas ser hipertensa e ter compulsão por gastos. A defesa, porém, afirma que só uma perícia poderá atestar se a cliente sofre ou não de algum problema mental. “Cabe ressaltar que as faculdades mentais da Srª. Raquel, enquanto capacidade cognitiva e psicológica que auxilia uma pessoa a tomar decisões e compreender as consequências de suas ações, também serão alvos de perícia judicial, sendo que qualquer conclusão neste momento se mostra especulativa e temerária”.

Além de responder criminalmente, Raquel Adriana enfrentará também PAD (Processo Administrativo Disciplinar). De acordo com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o procedimento avaliará a conduta da técnica ambiental.

A funcionária pública passará mais uma noite na prisão, já que a audiência de custódia, para analisar a validade do flagrante, está marcada para a quinta-feira (26).

Entenda - A servidora foi pega na terça-feira saindo de salão no Jardim dos Estados. Ela havia praticado a mesma estratégia usada dezenas de outras vezes: editava um PDF com o valor cobrado pelo estabelecimento e enviava comprovante de Pix falso.

Consta no auto de prisão em flagrante que a proprietária do estabelecimento procurou ajuda policial na manhã de ontem. Ela relatou que descobriu por profissional da área de harmonização facial que havia uma mulher falsificando Pix na hora dos pagamentos em Campo Grande.

A empresária foi então informada que se tratava de Raquel Adriana Velasques Portugal, frequentadora assídua do salão. A contabilidade do estabelecimento investigou e descobriu que dos 72 Pix feitos pela cliente, 65 eram falsos, resultando em prejuízo aproximado de R$ 40 mil. Os valores não haviam sido debitados.

No último atendimento, Raquel gastou R$ 788. Conforme apurado pela reportagem, ela frequentava o salão pelo menos duas vezes por semana e fazia tratamentos capilares, tinturas, cortes, pé e mão, escova, maquiagem, além de refeições, já que marcava os atendimentos, quase sempre, para o horário do almoço.

Uma das refeições servidas no salão frequentado por cliente que não pagava por atendimentos (Foto: Reprodução)
Uma das refeições servidas no salão frequentado por cliente que não pagava por atendimentos (Foto: Reprodução)

Outros casos – O Campo Grande News apurou que a mulher fez outras vítimas – são pelo menos sete. No dia 23 deste mês, uma cirurgiã dentista e especialista em harmonização orofacial, entrou com ação de cobrança contra a servidora. Consta que no dia 2 de agosto, Raquel fez contato para realizar procedimento estético, incluindo aplicação de ácido hialurônico e botox.

A cliente fez o pagamento dos procedimentos via Pix, um no valor de R$ 6.100 e outro de R$ 900, no total de R$ 7 mil. O procedimento foi realizado no dia 5 de agosto.

Apesar de ter enviado os comprovantes, não houve o crédito desses valores na conta da profissional. Para a advogada da dentista, a golpista dizia que havia ocorrido algum problema com o banco. Ainda não houve manifestação de Raquel na ação.

A reportagem apurou, ainda, que uma fisioterapeuta que também trabalha com harmonização facial teve prejuízo de R$ 13,5 mil. Ela atendeu a mulher no início de setembro e registrou boletim de ocorrência.

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