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Capital

Servidora pública é presa após fazer 65 Pix falsos para salão luxuoso da Capital

Pagamentos “fake” para salão de beleza e clínicas de estética superam R$ 60 mil

Por Anahi Zurutuza e Gabi Cenciarelli | 24/09/2024 17:08
Mulher foi levada para a Depac do Cepol, onde está sendo fichada na tarde desta terça-feira (Foto: Direto das Ruas)
Mulher foi levada para a Depac do Cepol, onde está sendo fichada na tarde desta terça-feira (Foto: Direto das Ruas)

Funcionária pública foi presa na tarde desta terça-feira (24) por dar golpe em salão de beleza luxuoso, localizado no Jardim dos Estados, em Campo Grande. Raquel Velasques Portugal, de 43 anos, foi pega logo após fazer transferência falsa por meio do Pix.

De acordo com a gerente, que deu entrevista com a condição de ter a identidade preservada e que o estabelecimento também não tivesse o nome divulgado, só no salão a mulher gastou cerca de R$ 40 mil. “Ela vem aqui desde janeiro, pelo menos duas vezes por semana. Faz de tudo, pé, mão, cabelo, maquiagem. Nas primeiras vezes ela pagou. Acredito que para ter acesso aos nossos dados, para depois ela começar a editar. Ela editava o comprovante do Pix, entendeu?”.

A descoberta dos golpes foi no fim de semana, quando proprietários de estabelecimentos no ramo da beleza fizeram grupo no WhatsApp e passaram a trocar informações sobre a cliente. “É uma pessoa que frequenta aqui e os melhores lugares da região. Ela vai em clínicas de estética, faz botox, coisas assim, vai em lojas caras, em salões bons”, revelou a gerente.

Ao receber o alerta, o salão decidiu verificar os comprovantes de pagamento enviados pela cliente e descobriu que, por 65 vezes, os valores não caíram na conta. “Como aqui a demanda é muito grande, a gente confiava no comprovante enviado por ela”.

A entrevistada disse que não informaria o nome da cliente, já que o caso ainda será investigado pela polícia. A equipe do Campo Grande News apurou, porém, que se trata de Raquel Portugal e que pelo menos outras duas profissionais de saúde que trabalham com harmonização facial – uma cirurgiã dentista e uma fisioterapeuta – registraram boletins de ocorrência contra a cliente. Com a primeira, a investigada fez procedimentos – botox e preenchimentos – no valor de R$ 7 mil em agosto deste ano e com a segunda profissional, fez mais preenchimento e contratou sessões com um aparelho chamado Ultraformer por um total de R$ 13.550,00, no início de setembro.

Nesta terça-feira, quando foi pega em flagrante, a mulher havia gastado R$ 700 no salão e fez o pagamento com comprovante falso. Conforme consta no Portal da Transparência do Estado, Raquel tem salário de R$ 5.976,75.

Um dos procedimentos feitos sem pagamento (Foto: Reprodução dos autos de processo)
Um dos procedimentos feitos sem pagamento (Foto: Reprodução dos autos de processo)

Nesta tarde, equipe da Polícia Civil a levou para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada).

O advogado Patrick Xavier Bernardino da Luz foi chamado no local para representar Raquel, mas não quis conversar com a reportagem e informou que a cliente não irá se manifestar por enquanto.

(*) Matéria alterada no dia 25 de setembro, às 12h39, para a correção da idade de Raquel e do número de Pix falsos feitos ao salão após acesso aos registros policiais. 

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