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Capital

Defesa reforça tese de que vítima tentou atropelar PRF antes de ser morta

“Os três primeiros disparos não atingiram a vítima Adriano, estando, portanto, consciente no momento em que acelerou seu veículo para atingir o acusado e fugir do local”

Aline dos Santos | 29/05/2017 10:06
Ricardo Moon em dia de depoimento na Justiça.
(Foto: Marcos Ermínio)
Ricardo Moon em dia de depoimento na Justiça. (Foto: Marcos Ermínio)

A defesa do policial rodoviário federal Ricardo Moon, que matou um comerciante após briga no trânsito em Campo Grande, alega legítima defesa e pede absolvição nas denúncias do processo que tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Na alegação final, o advogado Rene Siufi enumera 12 mentiras e sustenta que o primeiros tiros não atingiram o comerciante Adriano Correia do Nascimento.

“Os três primeiros disparos não atingiram a vítima Adriano, estando, portanto, consciente no momento em que acelerou seu veículo para atingir o acusado e fugir do local”.

Ou seja, a defesa sustenta a tese de que Adriano estava embriagado, não queria aguardar a PM (Polícia Militar) e tentou atropelar o PRF. “Ele jogou o carro em cima do policial. Estava respondendo a processo, embriagado, drogado. Essa é a verdade”, diz Siufi. 

Conforme o advogado, Moon foi anotar a placa e a caminhonete avançou. Para a defesa, neste momento, o acusado recuou, deu passos para trás dizendo 'não sai, não sai', ocasião em que vislumbrou alguma coisa nas mãos do passageiro, o ronco do motor bem alto e o carro avançando. “O acusado pulou de lado e instintivamente esticou o braço e pulou atirando”, diz a defesa na alegação final.

Já o MPE (Ministério Publico do Estado) pede que Ricardo Moon vá a júri popular por homicídio doloso, com motivo fútil (fechada no trânsito) e recurso que dificultou a defesa do comerciante.

Também é pedido julgamento pelas tentativas de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete conduzida pelo comerciante. Também é pedido que Ricardo Moon perca o cargo de policial.

“Embora a defesa sustente que o acusado Ricardo Hyun Su Moon somente efetuou os tiros como meio de se defender, fundamentando que a vítima Adriano teria jogado seu veículo sobre ele, é imperioso destacar que tal alegação é infundada, uma vez que a camionete da vítima somente se deslocou após os dois primeiros disparos que o réu Ricardo Hyun Su Moon efetuou contra Adriano que, ao ser atingido, perdeu o controle do veículo e colidiu com um poste”, alega o promotor José Arturo Iunes Bobadilla Garcia.

Com as alegações finais, o processo aguarda a decisão do juiz Carlos Alberto Garcete sobre a pronúncia ou não do réu. Ou seja, se ele vai ou não a julgamento popular.

O crime – O comerciante Adriano Correia do Nascimento, que conduzia uma caminhonete Toyota Hilux, foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel.

Na versão do policial, que era lotado em Corumbá e seguia em um Mitsubishi Pajero para a rodoviária, o condutor da Hilux provocou suspeita pela forma que dirigia e fez a abordagem após ter sido fechado. O PRF foi preso em 31 de dezembro e solto no dia seguinte. No dia 5 de janeiro, voltou a ser preso e deixou a prisão no dia primeiro de fevereiro.

Crime e acidente foram na manhã de 31 de dezembro de 2016. (Foto: Simão Nogueira)
Crime e acidente foram na manhã de 31 de dezembro de 2016. (Foto: Simão Nogueira)
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