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Capital

Delegada vê divergências em depoimento de farmacêutica sobre mortes

Alan Diógenes | 06/08/2014 19:28
A farmacêutica chegou e saiu da delegacia acompanhada do advogado e sem falar com a imprensa. (Foto: Filipe Prado)
A farmacêutica chegou e saiu da delegacia acompanhada do advogado e sem falar com a imprensa. (Foto: Filipe Prado)

Terminou por volta das 18h desta quarta-feira (6) o depoimento da farmacêutica Rita de Cássia Junqueira Godinho sobre o caso das três mortes ocorridas no setor de quimioterapia da Santa Casa, no mês passado. A delegada da 1ª Delegacia de Polícia, responsável pelo caso, Ana Cláudia Medina, começou a ouvir a testemunha por volta das 14h30, e no final do dia disse que existe divergências no depoimento apresentado pela funcionária.

De acordo com a delegada, existem discordâncias entre os registros e prontuários apresentados pela farmacêutica nesta tarde. São detalhes como horários de entrada e saída de medicamentos, por exemplo.

Segundo Ana Cláudia, Rita de Cássia afirmou durante a oitiva que não foi ela que liberou os medicamentos para as vítimas, e sim outro farmacêutico identificado como Rafael. “Ela contou que o Conselho Regional de Farmácia permite que o farmacêutico seja o responsável pela farmácia apenas por um período, e ela trabalha no período da tarde. No período da manhã quando as vítimas recebiam os medicamentos, quem cuidava da farmácia era outro farmacêutico, o Rafael”, explicou.

Ainda conforme a delegada, Rafael estava trabalhando no setor a pouco mais de um mês, pois o farmacêutico anterior tinha deixado o emprego, por ter passado em um concurso. Já Rita de Cássia atuava na farmácia há 16 anos.

Apesar da oitiva de hoje ter durado mais de 3h30, a delegada informou que precisa de mais tempo para concluir o inquérito, por que a investigação é minuciosa, tem vários detalhes e novos documentos ainda estão são anexados no processo. Nesta quinta-feira (7) está prevista para acontecer a oitiva de uma farmacêutica que também trabalhou na farmácia no período matutino, quando o setor estava com carência de profissionais.

O farmacêutico Rafael pode ser ouvido amanhã também. Se isso não acontecer, o depoimento dele será colhido na semana vem. Os médicos Henrique Guesser Ascenço e o pai dele José Maria Ascenço prestaram depoimento na semana passada. Foram eles que atestaram as mortes de Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, Maria Glória Guimarães, 61 anos, mortas nos dias 10, 11 e 12 de julho, respectivamente.

A delegada falou que o prazo para o fechamento do inquérito é até o dia 20 deste mês. Se isso não acontecer, ela pedirá uma prorrogação da investigação por mais 30 dias. Ela também não descartou que sejam feitos novas oitivas, inclusive com as mesmas pessoas que já foram ouvidas.

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