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Capital

Delivery: entrega de drogas por drones é ação constante em presídio da Capital

Agepen trabalha para construir muro de contenção e instalar telas nos pavilhões dos presídios do Noroeste

Por Bruna Marques | 07/11/2024 07:54
Drones apreendidos por policiais penais em outubro deste ano (Foto: Divulgação/ Agepen)
Drones apreendidos por policiais penais em outubro deste ano (Foto: Divulgação/ Agepen)

Entregar drogas nos presídios de Campo Grande utilizando drones se tornou hábito frequente nos criminosos, em Campo Grande. Somente nesta semana, 11 pessoas foram presas tentando arremessar maconha, cocaína e objetos para dentro do EPJFC (Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho), situado no Jardim Noroeste.

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O uso de drones para entregar drogas em presídios de Campo Grande se tornou um problema crescente, com 11 pessoas presas em uma semana por tentar contrabandear maconha, cocaína e outros itens para o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho. A polícia tem trabalhado em conjunto com a Agepen para impedir esse tipo de crime, que inclui a instalação de telas nos presídios e a interceptação de drones. Apesar das medidas, os criminosos continuam a usar drones para burlar a segurança, o que exige esforços contínuos para combater essa prática.

O primeiro caso registrado foi na madrugada de segunda-feira (4). Na ocasião, quatro jovens e um adolescente foram presos tentando jogar droga e celulares dentro do Presídio de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, no Jardim Noroeste, em Campo Grande. O grupo se preparava para o crime no momento em que foi flagrado por uma equipe da Força Tática, da Polícia Militar.

Conforme o boletim de ocorrência, durante rondas em frente ao presídio, os policiais viram um casal parado em um matagal, sem iluminação. Ao se aproximarem, os policiais perceberam que ao lado da mulher, 18 anos, havia uma motocicleta caída. O homem, 21, estava em outra moto e jogou uma mochila ao perceber a presença da equipe.

Devido à movimentação suspeita, o casal foi abordado e, com a mulher, os policiais encontraram uma porção de maconha e dois aparelhos celulares embrulhados em um pacote pronto para ser arremessado no presídio. Ao vistoriarem a mochila jogada pelo homem, os policiais encontraram droga, uma garrafa de whisky e um aparelho celular enrolados em uma embalagem.

Questionados, os suspeitos informaram que estavam indo entregar a droga em uma casa na Rua Almeida e que estariam no local três homens enviando celulares e outros objetos para dentro do presídio, com auxílio de drones.

A equipe foi até o endereço citado pelo casal e, ao chegar na casa, flagrou o sobrevoo de sobre o quintal do imóvel com um invólucro pendurado. Os policiais entraram na casa e três homens de 24 e 28 foram abordados, além de um adolescente, 17.

No quarto da residência, os policias encontraram um drone com sistema de garras e controles, além de embrulhos com chips de celular, fontes, pilhas e balanças. Os cinco suspeitos foram presos e encaminhados à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

Na noite de terça-feira (5), três homens e uma mulher também foram presos, em uma casa na Rua Dom João VI, após a Polícia Militar receber denúncia de que o grupo estaria usando drone para arremessar droga e objetos para dentro do presídio de segurança máxima.

O grupo foi abordado na residência e, em primeiro momento, negaram que no local havia droga e disseram desconhecer a denúncia. Ao vistoriarem o quintal do imóvel, os policiais encontraram uma embalagem com celulares, bonés, carregadores e cocaína. Além da droga e dos objetos, a equipe localizou uma mochila com o drone utilizado no crime e baterias.

Questionados sobre os objetos, o grupo negou serem os responsáveis pelos itens. Todos foram presos em flagrante pelo crime de tráfico de droga. Contra o dono da casa havia um mandado de prisão em aberto.

O último caso envolvendo arremesso de drogas com drone no presídio ocorreu na madrugada desta quinta-feira (7). Durante rondas próximo ao local, policiais militares viram em frente a uma casa um dos suspeitos que, ao perceber a presença da equipe, correu e entrou no imóvel.

Segundo o boletim de ocorrência, como o portão do imóvel estava aberto, os policiais entraram e abordaram o rapaz. Na ocasião, eles flagraram o suspeito jogando uma embalagem com droga dentro da casa, além disso, foi constatado que o homem era o piloto do drone.

A equipe realizou buscas na casa e dentro da bolsa de uma mulher que também estava no local e se apresentou como sendo dona do imóvel, os militares encontraram duas bases de carregador triplo; cinco baterias e acessórios para lançamento e o manual.

A bolsa estava dentro do armário, ao lado da cama, no quarto do fundo. Além disso, embaixo do colchão do cômodo foram encontradas duas balanças de precisão; três garrafas plásticas de whisky; quatro celulares, dois pacotes de fermento, todos os produtos embalados e prontos para serem arremessados para o presídio. Todos os envolvidos foram presos e encaminhados para a delegacia.

Posicionamento – O Campo Grande News entrou em contato com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) para saber o que está sendo feito para que a prática não ocorra mais. Através da assessoria de imprensa, a reportagem foi informada de que “com a presença da polícia penal nas muralhas, os arremessos que eram manuais não estão ocorrendo mais”, por isso, os criminosos estão usando drones para jogar droga e objetos no presídio.

Segundo a agência, o presídio de segurança máxima e o Instituto Penal, situados no Jardim Noroeste, estão passando por processo de telamento para que a prática seja inibida. “As Gameleiras fechadas já são teladas e isso não ocorre”, afirmou.

Ainda conforme a Agepen, existe um trabalho conjunto da Polícia Penal com a Militar para conseguir impedir que criminosos ajam utilizando drone. “Quando são avistados, é informado à Polícia Militar, que muitas vezes consegue fazer o acompanhamento e chegar até a quem está conduzindo esses drones, mas muitas vezes nós conseguimos também interceptar a ação e o drone”, explicou.

O direto do EPJFC (Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho) informou que o trabalho de telamento e a construção do muro de contenção foram finalizados no pavilhão I da máxima. Além disso, o gestor disse que o local estava passando por retoques finais de pintura e limpeza. O pavilhão II será o próximo a receber a estrutura de segurança.

“Lembrando que esse trabalho só pode ser realizado quando os presos do pavilhão estão trancados, esse é um fato que trouxe dificuldade, porque o trabalho em si ficou extenso, demorou vários dias, por conta dessa questão do horário”, esclareceu.

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