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Capital

Demoradas e mal sinalizadas, obras viram obstáculo para o cidadão

Serviços de duplicação na Euler de Azevedo e de recapeamento no bairro Amambaí irritam moradores e comerciantes.

Anahi Gurgel | 28/06/2017 09:27
Máquinas durante obra na Euler de Azevedo, em Campo Grande. (Foto: André Bittar)
Máquinas durante obra na Euler de Azevedo, em Campo Grande. (Foto: André Bittar)

Convivendo diariamente com a movimentação de máquinas e homens em obras de readequação do tráfego, drenagem e pavimentação asfáltica, moradores e comerciantes de Campo Grande não se acostumam com a falta de orientação no trânsito, que provoca grande tumulto especialmente nos horários de pico. Tudo piora com a demora nos serviços.

Na saída para Rochedo, quem sempre passa pela região da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) até entende a importância da duplicação da Avenida Euler de Azevedo - que liga a região central da cidade à MS-080 - mas não esconde o descontentamento com a ausência de fiscalização no trânsito.

Camilla da Silva, 31 anos, que mora há 9 no bairro José Abrão, se diz preocupada porque, diante das adaptações no tráfego para realização das obras, muitos motoristas ou são pegos de surpresa ou não respeitam as faixas, pinturas no asfalto e placas de sinalização instaladas nos trechos.

Empresária entende a necessidade da obra, mas reclama que poeira é preocupante para o ramo da alimentação. (Foto: André Bittar)
Empresária entende a necessidade da obra, mas reclama que poeira é preocupante para o ramo da alimentação. (Foto: André Bittar)

“Tem um acesso que foi aberto para uso exclusivo dos motoristas que seguem pelo sentido bairro centro, mas muitos da pista contrária usam para fazer contorno irregular e não vejo fiscalização para impedir, orientar. É um perigo”, acredita. 

“Falta autoridade aqui sinalizando, principalmente na faixa de pedestres. Na semana passada houve um acidente porque um motorista parou na faixa, mas o que vinha atras não viu e bateu na traseira”, conta Hélio Alves Filho, 40, proprietário de uma conveniência em frente à universidade. 

Outra reclamação vem da proprietária de uma sobaria, no mesmo trecho. “Entendo que o tráfego vai melhorar depois, mas agora está complicado porque meu ramo é o da alimentação. Tem muita sujeira, muita poeira. Tenho que limpar as mesas a todo momento, mesmo com os caminhões jogando água. Clientes já se queixaram”, diz Patrícia Shiroma, 37.

Trânsito próximo à UEMS, na tarde desta terça-feira (27). Moradores reclamam de falta de fiscalização.
(Foto: André Bittar)
Trânsito próximo à UEMS, na tarde desta terça-feira (27). Moradores reclamam de falta de fiscalização. (Foto: André Bittar)
Caminhão em obra no prolongamento da Euler de Azevedo joga água para amenizar poeira, mas sujeira é constante, segundo comerciantes. (Foto: André Bittar)
Caminhão em obra no prolongamento da Euler de Azevedo joga água para amenizar poeira, mas sujeira é constante, segundo comerciantes. (Foto: André Bittar)

A obra, de responsabilidade do Governo do Estado, teve início em julho de 2016 e está prevista para ser concluída em julho deste ano. Com o custo inicial de R$ 14,7 milhões e compreendendo 4,5 quilômetros, os trabalhos contemplam o trecho do entroncamento com a Avenida Presidente Vargas ao anel rodoviário, a única saída da cidade onde as pistas não são duplicadas.

Até o fechamento do texto, não houve retorno da assessoria de imprensa quanto ao andamento da obra, cronograma e previsão de conclusão. Reportagem também tentou contato por telefone com o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, mas sem sucesso.  

Tumulto no Amambai – Transtorno enfrenta também quem mora ou trabalha no bairro Amambai, nos trechos onde o 9º BEC (Batalhão de Engenharia de Construção), do CMO (Comando Militar do Oeste), está realizando obras de requalificação urbana do Corredor Sudoeste de Campo Grande. 

“Está muito demorada a obra. Eu não entendo porque eles abrem buracos no chão, ficam um mês trabalham ali e, antes mesmo de concluir o serviço, já começam a mexer em outro canto do asfalto. Desse jeito, o trânsito fica interditado o tempo todo”, reclama Ronaldo Fogaça, 43, sócio-proprietário de um comércio de serralheria localizado entre a Avenida Salgado Filho e Rua Guia Lopes.

Desvio de rota feito da Salgado Filho pela Coronel Camisão formou fila de veículos, na tarde desta terça (27). Moradores se queixam de falta de orientação. (Foto: André Bittar)
Desvio de rota feito da Salgado Filho pela Coronel Camisão formou fila de veículos, na tarde desta terça (27). Moradores se queixam de falta de orientação. (Foto: André Bittar)

Ele diz que, quando o trânsito está bloqueado, o acesso com veículos ao estabelecimento deve ser feito pela contramão. “Sei que a obra é importante, mas não entendo essas etapas”, ressalta.

“Os homens do Exército e da prefeitura presentes na obra são atenciosos, mas acredito que a organização no trânsito deveria ser melhor. Os motoristas ficam sabendo dos desvios muito em cima dos cones, e isso tumultua o local nos horários de pico”, menciona Gelson Ricardo Alves, 48, sócio-proprietário de uma gráfica na Salgado Filho.

Para a moradora Maristela Cristaldo, de 22 anos, os serviços aumentaram o fluxo em frente à sua residência, na Rua Paissandú, e ela percebe que muitos condutores ficam “perdidos”.

“Preciso dar uma volta muito grande para ir ao centro. Eu já sei o caminho, mas tem gente que fica desorientada. No início da obra havia mais gente orientando”, observou.

Maristela Cristaldo em frente à sua residência, na Rua Paissandú. "Motoristas ficam perdidos com a fiscalização". (Foto: André Bittar)
Maristela Cristaldo em frente à sua residência, na Rua Paissandú. "Motoristas ficam perdidos com a fiscalização". (Foto: André Bittar)

O CMO informou ao Campo Grande News que todos os detalhes sobre as etapas da obra e seu cronograma serão repassados na tarde desta quarta-feira (28).

Entretanto, nos dois últimos dias, depois de muita reclamação por parte da população, divulgada inclusive pelo site, o próprio CMO foi quem encaminhou comunicado à imprensa informando sobre interdições nas vias Salgado Filho e Brilhante para obras de drenagem e pavimentação.

Em nota, divulgou que cabe à prefeitura, por meio da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), providenciar a liberação das áreas destinadas à execução das obras e serviços, o que inclui planejamento e execução dos serviços de desvio de tráfego, informações à população por meio de sinalização e pessoal capacitado ao balizamento efetivo do trânsito.

Trânsito na Avenida Salgado Filho com a Rua Guia Lopes, na tarde desta terça-feira (27). Moradores e comerciantes reclamam de falta de orientação. (Foto: André Bittar)
Trânsito na Avenida Salgado Filho com a Rua Guia Lopes, na tarde desta terça-feira (27). Moradores e comerciantes reclamam de falta de orientação. (Foto: André Bittar)
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