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Capital

Depois de briga na Justiça, só 36% dos professores vão atrás de vacina

Categoria está "despreocupada" devido à baixa incidência da gripe em relação a 2016, acredita sindicato.

Anahi Gurgel | 26/05/2017 16:53
Doses da vacina contra o vírus influenza, na UBS Tiradentes. Campanha contempla professores do ensino regular. (Foto: Marcos Ermínio)
Doses da vacina contra o vírus influenza, na UBS Tiradentes. Campanha contempla professores do ensino regular. (Foto: Marcos Ermínio)

Um ano depois de briga na Justiça pelo direito à vacina gratuita contra gripe, o grupo de professores da rede pública de ensino é um dos que menos procurou os postos de saúde de Campo Grande neste ano.

Durante a campanha de imunização, que teve início no dia 18 de abril, de um total de 12,4 mil educadores da rede pública ativos, apenas 36,6% receberam as doses.

De acordo com boletim divulgado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) na tarde desta sexta-feira (26), pouco mais de 119,3 mil pessoas foram vacinadas nesta campanha (60,8%), sendo 4.399 professores - inseridos pela primeira vez no grupo de risco da mobilização nacional.

Além dos 12.464 docentes da rede pública municipal e estadual atuantes na Capital, a campanha contempla todos os profissionais do ensino regular.  

A pouca demanda reflete o que pode ser considerado uma “despreocupação” da categoria com a doença, reflexo da menor incidência da gripe H1N1 na cidade, de acordo com o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais de Educação Pública), Lucílio Nobre.

“Ano passado foi muito conturbado. Teve epidemia, morte de colega, vários casos da doença confirmados nas escolas. Atingiu em cheio a educação e todos ficaram preocupados. Sem contar que faltou recurso para comprar as doses e dificuldade dos laboratórios para repor os estoques no mercado”, lembra.

Em junho de 2016, a categoria exigiu na justiça que a prefeitura providenciasse doses para todos os professores da rede pública da Capital, considerando a lei municipal 5.225/2013, que institui o programa de vacinação para professores. A ação foi impetrada pela própria ACP.  

Presidente da ACP, na sede do sindicato, na tarde desta sexta-feira (26). (Foto: Marcos Ermínio)
Presidente da ACP, na sede do sindicato, na tarde desta sexta-feira (26). (Foto: Marcos Ermínio)

À época, na decisão, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, apontou "situação de vulnerabilidade devido ao contato diário de docentes com crianças e adolescentes em ambientes fechados". 

A justiça determinou que o município atendesse à solicitação, sob pena de multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento.

"Não é possível quantificar quantos profissionais foram vacinados no ano passado, porque não havia controle das doses distribuídas", acredita Lucílio.

Para a campanha desse ano, como a categoria foi contemplada pela primeira vez, o presidente disse que encaminhou e-mail, fez forte divulgação no site, em reuniões e assembléia e foi enviado ofício a todas as escolas alertando sobre a importância de se vacinar. “Mas não adiantou”, disse.

Nova etapa - A legislação municipal prevê a distribuição de vacina não somente para professores, mas a toda a equipe de apoio, como supervisores, diretores, orientadores, setor administrativo, inspetores.

"Espero que esse grupo seja vacinado em etapa posterior à campanha nacional e estamos programando fazer um trabalho mais intenso para estimular a vacinação", disse.

Quanto a essa etapa, a Sesau, por meio da assessoria de imprensa, informou que irá aguardar orientações do Ministério da Saúde.

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