Deputada federal ‘peita’ PMs em bar e diz que teve arma apontada para si
A PM diz que a parlamentar "mente" em relação à arma e ainda a acusou de estar "totalmente embriagada"
Eram as primeiras horas deste domingo (22), quando a deputada federal, Camila Jara (PT), ‘peitou’ os policiais militares que bateram na porta do Bar Vexame, na Avenida Calógeras, durante uma operação que já virou rotina.
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Na madrugada de domingo, a deputada federal Camila Jara (PT) interveio em operações policiais em bares de Campo Grande, após sucessivas ações consideradas truculentas contra estabelecimentos da região central. A deputada questionou a abordagem policial, relatando o apontamento de armas para civis e a falta de clareza nos motivos das operações. Após intervenção, os policiais se retiraram, mas a deputada destacou a insegurança jurídica dos empresários e a necessidade de diálogo para conciliar o comércio com a segurança e o sossego da vizinhança, situação que vinha sendo discutida previamente com autoridades.
Defensora dos empresários dos bares da região central, a parlamentar esteve na noite de sábado (21), a convite dos donos de estabelecimentos da Rua 14 de Julho, aproveitando o seu primeiro dia de recesso parlamentar, quando começou a operação policial.
“O que acontece é que não tem como os empreendedores terem segurança jurídica se toda noite seus comércios, seus empreendimentos são fechados pela polícia”, explicou a parlamentar.
No local o bar já tinha desligado o som e estava encerrando as atividades, fechando a porta, quando uma viatura da Polícia Militar parou em frente ao estabelecimento. “Foi uma forma de coação e isso tem acontecido constantemente. Quase toda semana os alvarás dos empresários da Rua 14 de Julho e dos bares aos arredores das Esplanada Ferroviárias são verificados. Como se eles não tivessem meses de validade”.
Camila ressaltou que questionou o comandante da operação, que não estava identificado, como deveria. “Após uma discussão, um conflito, eles se deslocaram. Foi então que eu fui para outro evento, no Vexame, quando eu estava chegando, outra viatura estava chegando no mesmo lugar. A hora que o policial desceu da viatura, ele já estava apontando a arma. Eu comecei a filmar ele e questionar por que estava apontando arma para civil? Ele continuou apontando a arma para mim e só baixou no momento que eu me identifiquei como deputada federal”.
Mais viaturas chegaram ao local e o policial militar afirmou para a deputada que tinham recebido um chamado. “Eu perguntei o número e eles falaram que só iam disponibilizar para o dono do estabelecimento. O proprietário foi chamado e teve que apresentar o alvará e depois que a gente estabeleceu o diálogo, eles foram embora e o empresário então pode continuar com a sua atividade comercial e a população de Campo Grande pode continuar com o seu direito ao lazer garantido”, concluiu.
A reportagem entrou em contato com o proprietário do bar Vexame, mas até a publicação desta matéria não teve um retorno.
Segundo a tenente-coronel Kátia, comandante do 1º Batalhão, a deputada "mente" quando diz que teve arma apontada contra ela. A oficial ainda afirma que a parlamentar tentou impedir um policiamento, que é de rotina a PM, além de fazer isso "totalmente embriagada". "Quando as equipes desceram, ela foi pra cima tentando impedir o policiamento", afirmou Kátia.
Entenda – Conforme a assessoria de imprensa da deputada federal, ao longo das duas últimas semanas, o gabinete em conjunto com o vereador diplomado Jean Ferreira (PT), conduziu reuniões entre os empresários da 14 e o presidente da Câmara, o comandante da PM e o governador Eduardo Riedel.
“Havia um compromisso de evitar truculência e policiais de arma em punho nas ações da 14 porque os empresários reclamavam muito disso espantar cliente. Também houve um acordo sobre o som: ele deve estar sempre apontado para dentro dos bares. A ideia era dar tranquilidade pro empreendedor levar a atração cultural que atraia público e garantir sossego para quem mora na região enquanto a lei do silêncio e do corredor gastronômico não é regulamentada”.
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