Desorganização e falta de senhas causam transtornos na vacinação contra a dengue
Pais aguardaram até 3h30 para vacinar os filhos; distribuição de senhas foi interrompida antes do previsto
Na tarde desta terça-feira (13), pais e responsáveis que buscavam vacinar seus filhos contra a dengue enfrentaram desorganização, longas esperas e até falta de senhas na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Bairro Coronel Antonino. Devido à demora, algumas pessoas desistiram do processo enquanto muitos deram com a "cara na porta"
Conforme divulgado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a aplicação do imunizante na unidade aconteceria até às 17h, no entanto, por volta das 14h30, a distribuição de senhas foi encerrada e os portões fechados.
Chegando ao local às 12h30, para vacinar a filha de 10 anos, o mestre de obras Cicero Bezerra, de 48 anos, se deparou com apenas uma pessoa aplicando a vacina. A senha foi chamada apenas às 16h, coincidentemente no momento da chegada da reportagem na unidade. “É complicado, apesar de morar região, tive que mudar minha rotina para trazer ela para tomar a vacina, felizmente a gente conseguiu. Inclusive, foi só a reportagem chegar que as coisas começaram a andar”, relatou o pai.
Fernanda Lisboa, 37 anos, enfrentou dificuldades semelhantes ao levar seu filho Vicente de 10 anos à UBS, ela chegou por volta das 14h30 e a distribuição de senha já tinha encerrado. Ela só conseguiu garantir a vacinação quando percebeu que estavam chamando senhas de pessoas que já haviam desistido e, assim, conseguiu um "encaixe".
“Não estavam distribuindo desde 14h30 quando cheguei, eu escutei os atendentes chamando as senhas 80 e 81 e saquei que tinha vaga sobrando, conversei com eles e consegui a vaga, depois disso fecharam o portão e quem chegava não conseguia mais”, comentou.
Sem a mesma “sorte”, Eva Martins de Barros, 68 anos, deu com a cara na porta ao tentar vacinar o neto de 10 anos. Mesmo chegando às 15h50, ela foi informada de que as senhas não estavam mais sendo distribuídas. “Sou mãe e avó das crianças, tentei de manhã, mas não consegui vir. Me organizei e consegui chegar às 15h50 e não estavam mais dando senha. Amanhã vou tentar chegar mais cedo e voltar de manhã para trazer as crianças para vacinar”, lamentou.
Conforme apurado pela reportagem, apenas um funcionário estava responsável pela aplicação das vacinas, o que contribuiu para a demora no atendimento. Além disso, essa mesma pessoa era responsável por checar a existência de outras vacinas pendentes, prolongando ainda mais o processo de imunização.
Em retorno ao Campo Grande News, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) disse que houve uma "demanda acima do esperado" e, desta forma, a unidade precisou se organizar com a distribuição de senhas para fazer o atendimento dentro do período de funcionamento.
A prefeitura disse que o planejamento inicial foi feito com equipe necessária para atender o quantitativo de pacientes da área de abrangência da UBS Coronel Antonino, entretanto, a alta demanda de pessoas serem vacinadas ocasionou um tempo maior de espera, disse a administração.
"Amanhã, no período da tarde, a Sesau irá ampliar o número de unidades para vacinação da dengue e também deverá rever a estratégia de distribuição podendo disponibilizar a vacina para todas as unidades.", finalizou a prefeitura. Além da UBS do Coronel Antonino, o plantão de vacinação da dengue ocorreu na USF (Unidade de Saúde da Família) do Universitário.
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