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JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 18º

Capital

Dívida de R$ 350 leva dois a júri na Capital: "Usei toda carga, saí atirando"

Crime aconteceu em 2014, quando Douglas Felipe foi cobrar a dívida de Leo Valdez e o matou a tiros

Silvia Frias e Bruna Marques | 07/04/2022 09:27
Oreliuço (esq.) e Douglas (dir.) durante julgamento hoje, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Oreliuço (esq.) e Douglas (dir.) durante julgamento hoje, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Por causa de dívida de R$ 350,00, o auxiliar de serralheiro Douglas Felipe Ferreira de Albuquerque, 29 anos, está sendo  julgado por homicídio qualificado, hoje, em Campo Grande. Ao justificar ter matado Leo Valdez de Souza, disse ter sido agredido com tapa e acreditou que seria ferido. “Dei 3, 4 tiros, usei toda a carga, saí atirando.”

O julgamento está sendo realizado pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete. Além de Douglas, também está sendo julgado o serralheiro Oreliuço Nunes Camargo, 50 anos, este, por crime de favorecimento pessoal.

Na denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), consta que o crime aconteceu às 18h52, no dia 26 de julho de 2014, na Rua Afro Puga, no Bairro Mata do Jacinto.

Douglas havia vendido aparelho de som a Léo Valdez por R$ 350 e o cobrava constantemente a dívida. Naquele dia, recebeu recado de que o rapaz estava à sua procura. Pediu emprestado o telefone de Oreliuço, pois estava sem crédito. O homem era conhecido dele e casado com sua prima. O serralheiro deu carona para Douglas ir ao encontro de Léo.

Douglas olha dados da perícia, sobre tiros em vítima. (Foto: Henrique Kawaminami)
Douglas olha dados da perícia, sobre tiros em vítima. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ainda segundo a denúncia, Douglas e Leo começaram a discutir quando o pagamento foi de R$ 100. Na discussão, o réu sacou revólver calibre 38 e atirou, fugindo em seguida.

No depoimento prestado há pouco, Douglas disse que havia comprado a arma três meses antes, depois que o primo foi assassinado. Contou que pediu o telefone de Oreliuço pois estava sem crédito e aproveitou a carona dele para o encontro.

No local do encontro, na Mata do Jacinto, começou a discussão ao receber os R$ 100. “Eu falei: 'Pô, é R$ 350'”. Depois disso, Leo teria dado um tapa no outro e colocou a mão na cintura. Por isso, Douglas revidou. “Eu peguei a arma e saí atirando”, lembrou. “Dei 3, 4 tiros, tinha 5 munições, usei toda a carga, saí atirando.”

Douglas disse que não tinha intenção de matar. (Foto: Henrique Kawaminami)
Douglas disse que não tinha intenção de matar. (Foto: Henrique Kawaminami)

Douglas disse que nunca foi ameaçado pela vítima, mas temia Juriti, “parceiro” de Leo e que havia passado de forma ameaçadora na frente do velório do primo, que havia sido assassinado. “Eu não tinha intenção, foi pelo momento do tapa na minha cara, pelo que ele falou”, contou.

Em seguida, saiu correndo e encontrou Oreliuço, que perguntou: “O que você fez?”. Pediu perdão ao amigo e os dois fugiram.

Logo depois, foi a vez de Oreliuço prestar depoimento no júri. Disse que não sabia o que iria acontecer, somente emprestou celular e deu carona ao amigo. “Não sabia que ele ia matar ninguém, tanto que nem vi, estava tirando medidas de um serviço na hora”, contou. Depois da morte, o aconselhou a se entregar. Confessou que o ajudou na fuga, mas por medo que “se ele ficasse lá, iria acontecer outra tragédia”.

Douglas Felipe está sendo julgado por homicídio qualificado por motivação fútil. Oreliuço Nunes está sendo julgado por crime de favorecimento pessoal.

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