Dois meses após pegar covid, mãe "encontra" filha adolescente na fila da vacina

No início da tarde desta quarta-feira (18), mãe e filha se encontraram na fila da vacina. Os 21 anos que separam Luanna e Sarah, se juntaram depois que a mãe pegou covid e teve de esperar se recuperar para,, então, ser imunizada. E não é que a data coincidiu com o calendário aberto para os adolescentes? A emoção foi em dose dupla.

"Eu com a senha 108 e ela com a 109", conta a comerciante Luanna Peralta, de 35 anos, dona do Laricas Cultural, bar que abraça o slam e a poesia na Capital.

As duas chegaram por volta das 11h30, na Seleta e às 14h, receberam a picadinha da agulha.

"Foi uma coincidência muito emocionante. Na verdade, eu já poderia ter me vacinado desde segunda-feira, mas esperei esses dias para vir com ela", conta a mãe.

Luanna começou com sintomas logo após o decreto que fechou parte do comércio, em junho. Com problemas respiratórios, logo de início, fez um teste que deu negativo. "Passaram uns dias e não passavam os sintomas, fiz outro e deu positivo. Quando fui ao médico para ver o que tomava, a saturação já estava em 77", recorda.

A internação aconteceu no dia 6 de junho e foram 10 dias de hospital com oxigênio. Luanna diz que por muito pouco não foi intubada. "É uma loucura. A preocupação não é nem você morrer, mas como vão ficar seus filhos sem você", lembra da angústia sentida.

Durante todo o tempo de pandemia, Luanna, que é mãe de quatro filhos, não mandou nenhum deles para a escola até que a vacina alcançasse as crianças. O que, finalmente, está para acontecer.

Toda ansiosa, Sarah Rabelo Peralta Nogueira, de 14 anos, esperava tanto pela vacina, como agora, para voltar à escola. "Queria muito vacinar para ver meus amigos e professores e foi uma emoção muito grande ver que minha mãe conseguiu vencer a covid e se vacinar comigo", diz.

Para a mãe, mais do que tomar a vacina no braço, foi ter tido a companhia da filha neste momento. "Me senti privilegiada de me vacinar com ela, enquanto mais de meio milhão de pessoas não tiveram essa mesma oportunidade. Eu fico arrepiada do pé até a cabeça, por ter passado por tudo isso e conseguido vencer a doença", agradece a mãe.