Em 10 dias, quatro presos foram mortos em saídas de presídio
A última execução ocorreu na manhã desta quinta-feira (10), na saída da Casa do Albergado, na Vila Sobrinho
Somente nos últimos 10 dias, quatro detentos foram mortos após deixarem presídios de Campo Grande. A última execução ocorreu na manhã desta quinta-feira (10), na saída da Casa do Albergado na Vila Sobrinho.
A primeira morte da série de execuções foi de Juliano Pereira, 42 anos. Ele foi morto com 12 tiros, por volta das 6h20, no dia 30 de novembro. O detento estava saindo Centro Penal Agroindustrial da Gameleira quando foi cercado pelo pistoleiro.
Juliano Pereira era da família de Jorge Rafaat, o narcotraficante executado em Ponta Porã, em 2016. A morte dele foi comemorada por outros detentos.
Dois dias depois, Edilson Rodrigues dos Anjos, 32 anos, foi morto logo após deixar o IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), com o alvará de soltura em mãos. Ele estava na rua, seguindo para o ponto de ônibus.
Anjos havia sido pego no dia 29 de setembro, por suspeita de cometer assalto à empresa do ex-patrão, em Ponta Porã. Ele fazia parte de facção criminosa de Goiás e chegou a tirar foto com a cabeça de um preso, decapitado, durante rebelião.
No dia 8, Marlon Ricardo da Silva Diarte, 37 anos, foi executado a tiros no final da manhã, no Núcleo Industrial em Campo Grande. Ele considerado evadido do regime semiaberto da Gameleira desde o começo da manhã, segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Nesta manhã, o assassinato ocorreu em frente à Casa do Albergado, na Vila Sobrinho. Robson Jorge da Silva, 32 anos, saía para o trabalho quando foi abordado pelo atirador.
Segundo apurado pela reportagem, Robson foi morto com 8 tiros, quatro deles no rosto e o restante no antebraço, que atravessaram o tórax.
Em 2013, Robson estava próximo a uma casa de shows na Vila Piratininga, quando foi baleado. Três tiros foram dados em direção a vítima e dois o acertaram. Na época, com 25 anos, o rapaz ficou internado em estado grave na Santa Casa, mas se recuperou e recebeu alta semanas depois.
Ligações - Ainda não há informação se os crimes tem ligação um com o outro. Ao Campo Grande News, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) que a investigação dos casos é responsabilidade da Polícia Civil, já que todos ocorreram fora dos presídios. O órgão, porém, pode dar suporte às investigações.
A reportagem também tentou contato com o secretário Antonio Carlos Videira, da Sejusp (Estado de Justiça e Segurança Pública), mas as ligações não foram atendidas.