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Capital

"Em 1h foram mais de 30 anos de trabalho", diz dono de espaço incendiado

Com três explosões, incêndio acordou moradores na madrugada e destruiu espaço de festas

Paula Maciulevicius Brasil e Bruna Marques | 23/06/2021 10:04
Fogo voltou a queimar no início da manhã de hoje no salão de festas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Fogo voltou a queimar no início da manhã de hoje no salão de festas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Às vésperas de completar 60 anos de vida, o empresário João Chrominski ainda não consegue acreditar que um incêndio destruiu o espaço de festas tão sonhado pela família. Dono do local que pegou fogo na madrugada desta quarta-feira (23), o Espaço Água Azul de Eventos, no Bairro Amambaí, seu João conta entre lágrimas como ficou sabendo do incêndio.

Muito abalado, seu João não foi até o local hoje, apenas a filha dele, mas por telefone conversou com a imprensa. "Em menos de 1h foram mais de 30 anos de trabalho e economia, deixando de comprar as coisas para a gente para deixar o espaço cada vez mais lindo e tudo indo embora", lamenta.

O espaço abriu no dia 17 de fevereiro de 2012 e desde então recebe aniversários de centenários, 15 anos, bodas de ouro, de prata. Os planos da família era de agora, pela pandemia, transformar o local em uma pousada.

Com detalhes em madeira, a fachada do espaço era assim antes de incêndio destruir. (Foto: Henrique Kawaminami)
Com detalhes em madeira, a fachada do espaço era assim antes de incêndio destruir. (Foto: Henrique Kawaminami)
Como ficou o espaço depois de incêndio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Como ficou o espaço depois de incêndio. (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo o dono, os bombeiros deram algumas possibilidades para a causa de incêndio, que pode ter começado na rede de energia. "Eu ia todos os dias lá, só parei de ficar o dia todo por conta da pandemia. Os únicos horários que eu ia era para atender cliente", explica João.

Ontem pela manhã, o empresário chegou a ir ao espaço, mas não entrou porque esqueceu de um compromisso que tinha fora do local. Sobre os vídeos do incêndio, nem ele nem a esposa conseguem assistir. Casados há 27 anos, os dois enxergam nas chamas o sonho destruído.

"Foi isso, estamos sem palavras".

Filha do proprietário, Júlia fala que prejuízo é sentimental e não tem dinheiro que pague. (Foto: Henrique Kawaminami)
Filha do proprietário, Júlia fala que prejuízo é sentimental e não tem dinheiro que pague. (Foto: Henrique Kawaminami)

Filha do dono, a estudante Júlia Chrominski, de 22 anos, explica que toda a documentação do espaço estava em dia, e que o prédio tem valor estimado de R$ 6 milhões. "O prejuízo na verdade é o sentimento, e isso a gente não calcula. Quando soube o que tinha acontecido, tive que entrar em contato com o médico do meu pai, porque ele não tinha condições nem de sair do carro. Ele sempre se preocupou em se empenhou aqui", descreve a filha.

João completa 60 anos amanhã e não vê motivos para comemorar, e sim refletir. Um amigo de grupo de infância já entrou em contato para ajudar na reconstrução do espaço. "Acredita? Chorei de emoção.

Como ficou estrutura após o incêndio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Como ficou estrutura após o incêndio. (Foto: Henrique Kawaminami)

Hoje pela manhã as chamas voltaram a acontecer e os bombeiros retornaram ao local. Tenente Paulo Cordeiro explica que a madeira tem toda a questão de reignição e pela força do vento, pode voltar a queimar.

"O incêndio foi se espalhando, não tem uma continuidade característica, pode ter sido criminoso ou fiação elétrica", explica o tenente. Só depois da perícia é que se chegará à causa do incêndio.

Segundo os bombeiros, foram usados 10 mil litros de água e 40 litros de  líquido gerador de espuma para conter as chamas.

Por grande parte ser de madeira, incêndio destruiu por completo espaço. (Foto: Henrique Kawaminami)
Por grande parte ser de madeira, incêndio destruiu por completo espaço. (Foto: Henrique Kawaminami)
Bombeiros trabalharam de madrugada e também voltaram pela manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Bombeiros trabalharam de madrugada e também voltaram pela manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)


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