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Capital

Em ação contra a leishmaniose, prefeitura entregará 5 mil coleiras repelentes

Com alvo no vetor da doença, população aprende como evitar proliferação do mosquito palha

Gabriela Couto e Cleber Gellio | 11/08/2022 10:22
O vira-latas Tarugo recebendo carinho durante ação na Praça Ary Coelho. (Foto: Marcos Maluf)
O vira-latas Tarugo recebendo carinho durante ação na Praça Ary Coelho. (Foto: Marcos Maluf)

Na Semana Nacional de Combate à Leishmaniose a Prefeitura de Campo Grande realiza uma ação na Praça Ary Coelho, no centro da Capital. No local há orientações e também vacinação antirrábica gratuita para cães e gatos. A mobilização começou às 8h e segue até às 11h30.

A novidade ficou por conta do anúncio do secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho, que confirmou a distribuição gratuita de coleiras repelentes do mosquito vetor da doença ainda neste mês. “A partir do dia 20 de agosto inicia uma campanha de encoleramento contra a leishmaniose com repelente ao mosquito na cidade”.

São 5 mil coleiras que custam cerca de R$ 100 e que serão distribuídas de forma gratuita em 9 mil animais já cadastrados. Serão beneficiados cachorros dos bairros Alves Pereira, Mata do Segredo e Pioneiros.

Amostra de vários mosquistos palhas que transmitem a leishmanionse e se reproduzem em matéria orgânica em decomposição. (Foto: Marcos Maluf)
Amostra de vários mosquistos palhas que transmitem a leishmanionse e se reproduzem em matéria orgânica em decomposição. (Foto: Marcos Maluf)

De acordo com a superintendente da Vigilância em Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Veruska Alado, os casos de óbitos de pessoas em decorrência da doença reduziram de 2020 pra cá. Há dois anos a cidade registrou quatro mortes de complicações da leishmaniose. No ano passado e neste ano até o momento uma pessoa perdeu a vida por conta da doença.

“A campanha serve para falar da relevância do tema e os riscos que a doença traz para a população e aos animais. Estamos dando orientações sobre a transmissão do mosquito palha, sendo que os cães são hospedeiros. Nosso último censo feito de agosto do ano passado até março deste ano registrou cerca de 240 mil cães e 62 mil gatos em Campo Grande”, afirmou.

Mosquito palha, o vetor da leishmaniose que é transmitida para cães e humanos. (Foto: Marcos Maluf)
Mosquito palha, o vetor da leishmaniose que é transmitida para cães e humanos. (Foto: Marcos Maluf)

Até o momento o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) confirmou neste ano 259 casos de leishmaniose em cães na Capital. No ano passado foram 1400 animais contaminados pelo vetor. Dentre os principais sintomas estão a descamação da pele, principalmente na ponta da orelha, aumento do baço, emagrecimento por perda de apetite inexplicável e unhas grandes.

A coordenadora do CCZ, Juliana Resende Araújo, fez um alerta para as pessoas ficarem atentas aos animais. “Pode ocorrer do animal estar doente e não apresentar os sintomas, por isso é importante o tutor realizar consulta no CCZ de 4 em 4 meses para realizar o exame gratuito e em dez dias tem o resultado. A melhor prevenção é a limpeza dos quintais, porque o mosquito palha se reproduz em decomposição de matéria orgânica.”

O atendimento no CCZ acontece de segunda a sexta-feira das 7h às 21h e aos finais de semana das 6h às 22h.

A vira-lata Paçoca foi resgatada há 40 dias e ganhou vacina antirrábica na ação. (Foto: Marcos Maluf)
A vira-lata Paçoca foi resgatada há 40 dias e ganhou vacina antirrábica na ação. (Foto: Marcos Maluf)

Participação- Para a presidente do Sindicato da Agricultura Familiar de Terenos, Dina Freitas, 58 anos, a ação do município foi fundamental para tirar dúvidas. “Trabalhamos com agricultores que fazem compostagem. Vamos levar essas informações para eles, porque muitos acreditam que o mosquito se prolifera pela água, como o da dengue. Mas como é com matéria orgânica, vamos remanejar o nosso material e cobrir para evitar o vetor.”

Já a terapeuta ocupacional, Cristiane Cervin Palhano, 46 anos, aproveitou para imunizar a nova integrante da família. “Trouxe meus três cães: Tarugo, Paçoca e Obama. Aproveite para vacinar contra raiva, ainda mais agora que adotei a Paçoca há cerca de 40 dias.”

População participando de ação de combate a leishmaniose na Praça Ary Coelho. (Foto: Marcos Maluf)
População participando de ação de combate a leishmaniose na Praça Ary Coelho. (Foto: Marcos Maluf)


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