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Capital

Em audiência tensa, juiz divide em 2 ação sobre fuzilamento de policial

Marta Ferreira | 01/03/2021 20:21
Na parte de cima, Jamil Name e Marcelo Rios, (de uniforme azul), ao lado do juiz Aluizio. Na parte inferior, banca que defende Fahd e o promotor Douglas Oldegardo. (Foro: reprodução de vídeo)
Na parte de cima, Jamil Name e Marcelo Rios, (de uniforme azul), ao lado do juiz Aluizio. Na parte inferior, banca que defende Fahd e o promotor Douglas Oldegardo. (Foro: reprodução de vídeo)

Decisão desta tarde da Justiça de Mato Grosso do Sul separou em dois processos criminais a acusação contra sete réus pelo fuzilamento do chefe de segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho de 2018. A medida foi adotada diante de pedido da defesa de Flavio Jamil Georges, o “Flavinho”, pelo cancelamento da sessão de instrução e julgamento de hoje, para ouvir testemunhas de acusação.

Flavinho está foragido desde junho do ano passado, junto com o pai, Fahd Jamil, conhecido como “Rei da Fronteira”. Ambos são apontados como mandantes da execução de Figueiredo, na Avenida Guairucurus, em Campo Grande. O motivo seria vingança do desparecimento de Daniel Georges Jamil, o Danielito, filho de “Fuad”.

A estratégia da defesa de Flavio Jamil Georges, 43 anos, foi de se apresentar ao processo na última hora e tentar adiar a audiência alegando não ter havido citação do cliente. O promotor do caso, Douglas Oldegardo, rejeitou a ideia. O juiz, então, optou por desmembrar a ação e deu prazo para os representantes do réu conhecerem o processo.

Vai correr em separado a acusação contra Flavinho e contra mais dois implicados, Juanil Miranda Lima, ex-guarda civil de Campo Grande, e Melciades Aldana, também desaparecido desde o ano passado.

Audiência longa e tensa - Quanto aos outros denunciados, Fahd Jamil, Jamil Name, Jamil Name Filho e Marcelo Rios, o compromisso judicial marcado para hoje foi mantido. Foram quase 8 horas de duração.

De início, as defesas tentaram impedir o acompanhamento da videoconferência pela imprensa. Não obtiveram êxito. Tanto o promotor quanto o magistrado entenderam que isso equivaleria a censura prévia e também iria de encontro ao princípio da publicidade dos atos jurídicos, principalmente quando envolvem crimes contra a vida.

Prestaram depoimento dois investigadores de polícia e dois delegados que participaram das investigações. Foi uma sessão longa, tensa, com muitos questionamentos das representações dos acusados, insistindo em provas cabais contra os mandantes, como por exemplo a comprovação documental de ordem para matar Figueiredo.

Do lado da acusação, foi unânime o posicionamento dos investigadores de que todas as provas colhidas levam aos acusados como participantes do crime. Em casos assim, salientaram, os mandantes nunca produzem prova contra si mesmo, mas os elementos de convicção devem ser usados para comprovar, sob pena de nunca responsabilizar quem encomenda um assassinato.

A sessão de hoje deixou de ouvir quatro testemunhas, em razão da demora, um investigador, um delegado e ainda a esposa de Marcelo Rios e a filha de Juanil Miranda Lima.

Quando à filha de Juanil acusação e defesa desistiram de ouvi-la depois da informação de que a jovem passa por problemas psicológicos.

Foi marcado para 8 de março, na semana que vem, a nova data para concluir os depoimentos.

Marcas de tiros de fuzil no carro onde Ilson Figueiredo foi executado, em 11 de junho de 2018. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Marcas de tiros de fuzil no carro onde Ilson Figueiredo foi executado, em 11 de junho de 2018. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)


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