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Capital

Em crise, Santa Casa quer entregar pronto socorro para a prefeitura

Edivaldo Bitencourt e Lidiane Kober | 09/10/2014 15:42
Diretoria do hospital falou da crise do hospital nesta quinta-feira (Foto: Marcelo Calazans)
Diretoria do hospital falou da crise do hospital nesta quinta-feira (Foto: Marcelo Calazans)

Com um déficit mensal de R$ 4,8 milhões por mês e atrasando pagamento de salários e fornecedores, a Santa Casa planeja repassar o pronto socorro para a Prefeitura de Campo Grande. No entanto, além de repassar o atendimento de urgência, o hospital pretende receber um adicional de R$ 2 milhões por mês do poder público.

De acordo com o presidente da Associação Beneficente, Wilson Teslenco, a crise no hospital começou com o fim da intervenção, em maio do ano passado. A entidade retomou a instituição com seis meses de tributos em atraso e até com pagamento de fornecedores a ser feito.

Na época, conforme ele, o município colocou em ofício que o déficit mensal era de R$ 3 milhões. Desde então, a direção vem alertando a prefeitura sobre o aumento do déficit. Em novembro do ano passado, houve a assinatura de um novo contrato com o município com valores de 2011 e promessa de reajuste, que não ocorreu.

Sem novo repasse e com o dissídio com os 3,1 mil funcionários, que tiveram reajuste de 8% neste ano, as despesas cresceram e o déficit está em R$ 4,83 milhões por mês. Segundo Teslenco, o hospital recebe R$ 15,873 milhões do SUS (Sistema Único de Saúde), mas gasta R$ 20,705 milhões mensais.

Ontem, o secretário municipal de Saúde, Jamal Salém, sinalizou em elevar em R$ 2 milhões por mês o repasse a partir de fevereiro de 2015. A direção aceita essa proposta, mas desde que o município assuma o comando do pronto socorro.

De acordo com Teslenco, o atendimento de emergência custa R$ 2,4 milhões por mês ao hospital. Ele destacou que este setor é de responsabilidade do município, que tem gestão plena do SUS.

O novo contrato, com o repasse do pronto socorro e o acréscimo de R$ 2 milhões no repasse, deve ser firmado até 5 de novembro deste ano, quando termina o acordo em vigor.

Por mês, a Santa Casa atende 7 mil pessoas só no pronto socorro e realiza de 2,2 mil a 2,5 mil cirurgias. Apesar disso, o estabelecimento, com 642 leitos, recebe R$ 15,8 milhões do SUS, enquanto o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian, com 350 leitos e 1,1 mil cirurgias mensais, recebe R$ 21 milhões do Governo estadual.

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