Em dia de protesto da enfermagem, Guarda monta barreira em frente à Prefeitura
Como resposta para tentativas de negociação salarial, classe decidiu por greve, que começa nesta segunda-feira
Com 20 agentes, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) montou uma barreira em frente à Prefeitura de Campo Grande, para monitorar acampamento dos enfermeiros, previsto para ser montado a partir das 8 horas desta segunda-feira (27). Na semana passada, a classe decidiu entrar em greve como resposta para as tentativas de negociação salarial.
A informação é de que os profissionais cheguem às 8h para montar acampamento no canteiro central da Avenida Afonso Pena, em frente ao Paço Municipal. Por esse motivo, desde as primeiras horas desta manhã, a equipe da Guarda está no local com cavaletes, três viaturas e equipe do canil.
“A gente sabe que é direito de todas as categorias se manifestar, estamos aqui para resguardar a população e também manter o fluxo de veículo. Estamos fazendo um controle no fluxo de acesso para que os servidores do prédio entrem. Ainda não há previsão para encerrar os trabalhos aqui e nós também não temos uma precisão de quantas pessoas irão comparecer à manifestação, me parece que quase 90% dos trabalhadores tinham aderido”, explicou o gerente operacional da Guarda, Alexandre Pedroso.
Entenda - Os enfermeiros de Campo Grande decidiram pela greve após decisão unânime em assembleia, que ocorreu na noite de quinta-feira (23), na sede do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande).
O presidente do Sinte, Ângelo Macedo, afirmou que a categoria busca por reivindicações já prometidas e com prazo legal vencido. Na semana anterior, o sindicato buscou negociar com a Seges (Secretaria Municipal de Gestão), que se posicionou após o prazo se esgotar.
A administração teria 30 dias contados, a partir de 1ª de fevereiro, para realizar o pagamento de insalubridade à categoria segundo a decisão do juiz da Primeira Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Comarca de Campo Grande do Poder Judiciário do Estado, José Henrique Neiva, mas o município recorreu da decisão na quinta-feira (16).
Na sexta-feira, a prefeita Adriane Lopes (Patriota) comentou o anúncio dos servidores da enfermagem. “Já houve a primeira conversa, recepcionamos uma comissão que sentou, no início de janeiro, com as nossas equipes da Sesau e é um direito dos nossos servidores e a gente vai trabalhar buscando consenso”, disse.
Atendimento - A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) divulgou orientações sobre como os pacientes da Atenção Primária devem ser atendidos na rede pública da Capital durante a greve. Um profissional de enfermagem escalado deverá ir à recepção a cada 30 minutos para informar aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) sobre a situação.
Nas unidades de Atenção Básica - que incluem UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família), Clínicas da Família, dentre outros, enfermeiros devem paralisar atividades eletivas. Entre esses procedimentos estão vacinação, aferição de sinais vitais para consultas eletivas, consultas de enfermagem, realização de curativos, trocas de sondas e outros procedimentos, coletas de preventivos, visitas domiciliares, trocas de receitas, coleta de materiais para exames, supervisão de agentes comunitários, notificações de doenças, dentre outros.
Em situação de risco à vida ou agravo importante à saúde, a equipe de saúde de enfermagem deverá prestar os devidos atendimentos necessários. Ao menos um enfermeiro deverá observar os usuários do SUS com sinais de alerta relacionados a nível de consciência, padrão respiratório, dor e sofrimento intenso, dentre outros.