Em júri, acusado de atear fogo em barraco e matar desafeto queimado nega crime
Segundo a denúncia, réu agiu por acreditar que vítima havia furtado drogas
Lucas Luan Marques da Silva, de 26 anos, conhecido como "Luquinha", senta no banco dos réus, nesta sexta-feira (7), pela morte de Douglas Moreira Dantas, de 18 anos, ocorrida em fevereiro de 2017, no Bairro Paulo Coelho Machado, em Campo Grande. Douglas teve o barraco de lona incendiado e morreu após ter 80% do corpo queimado.
Aos jurados e para o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da comarca de Campo Grande, Lucas Luan - que se encontra preso atualmente - negou o crime. Afirmou que chegou a ir na região para fumar maconha algumas vezes. "Foi umas três vezes, aí parei de ir", negando que tenha ateado fogo no barraco de Douglas.
Contudo, na denúncia de homicídio qualificado, o Ministério Público cita que há materialidade e autoria suficientes que o incriminam. Segundo o MP, Lucas praticou o crime por motivo torpe "em razão de acreditar que Douglas havia lhe furtado drogas". Ele teria ateado fogo no barraco enquanto a vítima estava dormindo. "(...) qualifica novamente o delito, uma vez que caracterizada a utilização recurso a dificultar a defesa do ofendido".
O caso - No dia 3 de fevereiro de 2017, populares relataram que encontraram Douglas em uma das ruas perto do condomínio Homex, local de invasão de área, após ter o barraco de lona incendiado.
Douglas foi socorrido por populares e encaminhado a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário, mas acabou transferido para a Santa Casa, devido a gravidade dos ferimentos. No hospital, ele não resistiu e morreu.
A irmã da vítima relatou aos policiais que Douglas era usuário de drogas, sendo que já tinha passagem criminal por furto e tráfico.