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Capital

Em nove anos, Campo Grande registrou 66 feminicídios, aponta dossiê

No comparativo de 2022 e 2023 houve aumento no número de ameaças e estupro

Por Silvia Frias | 08/03/2024 11:34
Feminicídio ocorrido em dezembro de 2023, na Moreninha III (Foto/Arquivo)
Feminicídio ocorrido em dezembro de 2023, na Moreninha III (Foto/Arquivo)

De 2015 a 2023, Campo Grande registrou 66 feminicídios, conforme Dossiê da Mulher Campo-grandense, publicado hoje pela prefeitura da Capital. A pesquisa também faz recorte no comparativo de 2022/2023, período em que houve aumento no número de casos de estupros e ameaças. Nesses dois anos, foram 28.898 ocorrências, sendo que o estudo chama atenção para as formas de violência que não acontecem isoladamente.

O dossiê organizado pela Subsecretaria de Políticas para a Mulher de Campo Grande reuniu dados sobre violência contra mulher com base nos números disponíveis nas delegacias de Campo Grande. A pesquisa foi publicada no Diogrande (Diário Oficial) hoje, no Dia Internacional da Mulher.

No comparativo de casos registrados na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), consta que, em 2022, foram 13 feminicídios, enquanto que, no ano passado, foram 8 mortes nessa classificação.

Um desses casos de 2023 é a foto que ilustra essa reportagem: Gilka Simony Nunes, de 47 anos, foi morta com oito facadas na região do pescoço e tórax, em caso ocorrido em dezembro. O acusado é o ex-marido, que não aceitava a separação.

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Neste caso, houve queda de 38,5%. Porém, no mesmo período, o levantamento indica alta do número de ameaças, passando de 5.444 para 5.588 (2,6%). No de estupros, passou de 558 para 573, aumento de 2,7%.

No caso classificado como violência doméstica, a Deam registrou 6.719 em 2022 e 6.463 em 2023, indicando queda de 3,8%. As perseguições (stalker) passaram de 593 para 533, queda de 10,1%.

Os dois anos juntos, conforme dados copilados no dossiê, somam 28.898 ocorrências. Os pesquisadores indicam que apenas um boletim de ocorrência pode constar mais de um fato.

“Muitas vezes, as mulheres procuram a Casa da Mulher Brasileira e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher para registrar a ocorrência de um crime que consideram mais grave, por exemplo, a lesão corporal. No entanto, durante o atendimento, constata-se que existem outros crimes no contexto, como ameaças, violência sexual, perseguição, dentre outros”.

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Este ano, Mato Grosso do Sul já registrou 7 feminicídios, conforme estatística da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). Deste total, um aconteceu em Campo Grande: ocorreu no dia 21 de fevereiro, no Indubrasil. A vítima, Joelma da Silva André, 33 anos, teve faca cravada no peito pelo ex-marido, Leonardo da Silva Lima, preso pouco depois.

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