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Capital

Após anulação, ex-militar que matou esposa terá novo júri

Em novembro de 2022, Tamerson Ribeiro Lima de Souza foi condenado a 23 anos e 4 meses pela morte de Natalin

Por Ana Paula Chuva | 01/03/2024 16:02
Após anulação, ex-militar que matou esposa terá novo júri
Tamerson e Natalin em foto publicada no Facebook (Foto: Reprodução)

Sete meses após a publicação da anulação do júri, o ex-militar da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza será novamente julgado pelo assassinato da esposa Natalin Nara Garcia de Freitas Mara. O crime aconteceu em fevereiro de 2022 e em novembro do mesmo ano o autor chegou a ser condenado a 23 anos e quatro meses de prisão, mas a qualificadora de feminicídio foi afastada pelos jurados.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) apelou da sentença para que o caso fosse enquadrado em feminicídio. No pedido, assinado pela promotora de Justiça, Luciana do Amaral Rabelo, o afastamento da qualificadora contraria o contexto das provas do crime.

“Ficou comprovado a existência de relacionamento afetivo entre as partes, o cometimento do crime no âmbito doméstico e a relação fática-causal do delito com assuntos ligados à vida conjugal”, diz o texto.

A decisão de anular o julgamento foi publicada no Diário da Justiça no dia 22 de novembro de 2023. Com isso, o ex-militar será novamente julgado no próximo dia 27 de março a partir das 8h na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Após anulação, ex-militar que matou esposa terá novo júri
Tamerson chegando na primeira audiência de instrução e julgamento em 2022 (Foto: Paulo Francis | Arquivo)

Histórico - O corpo de Natalin foi encontrado na margem da BR-060, saída para Sidrolândia, área rural de Campo Grande. À polícia, Tamerson Souza alegou ter sido agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e a mulher desmaiou. O ex-militar justificou que não teve intenção de matá-la.

Com medo de ser preso, colocou o corpo no porta-malas do veículo e, no outro dia, levou a filha para a escola com o corpo dentro do carro. Ele deixou a menina e depois seguiu para a rodovia, onde jogou o cadáver em meio a um matagal. Quando a polícia chegou à casa do casal e o questionou sobre Natalin, disse que a esposa havia ido embora. Também tentou despistar as amigas dela, respondendo as mensagens no celular e se passando pela vítima.

Segundo investigação, chegou a dizer para a filha, antes de o corpo ser localizado, que a mãe passou mal e morreu no hospital. Oito meses depois, Tamerson sentou no banco dos réus e foi considerado culpado por homicídio qualificado por motivo torpe (desprezível) e emprego de asfixia.

O júri ainda o considerou culpado por ocultação de cadáver. A vitória da defesa de Tamerson foi conseguir excluir a qualificadora de feminicídio da sentença. Os advogados João Ricardo Batista de Oliveira e Talita Dourado conseguiram convencer que a vítima provocou o réu e que ele sofria agressões em casa.

A sentença de 21 anos e quatro meses pelo homicídio e 2 anos e 40 dias pela ocultação do cadáver foi assinada pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

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Tamerson sentado no banco dos réus durante julgamento em novembro de 2022 (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)

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