Em silêncio, familiares de musicista recebem assassino em fórum
“Prisão perpétua para o assassino cruel”, a frase estampada nas faixas traduzia o sentimento dos parentes de Mayara Amaral
Em silêncio e com faixas nas mãos. Foi assim que a família de Mayara Amaral recebeu o assassino da musicista na entrada do Fórum de Campo Grande, onde acontece na tarde desta segunda-feira (2) a primeira audiência sobre o caso. As mensagens eram claras e traduziam o sentimento do grupo: o clamor por justiça.
“Prisão perpétua para o assassino cruel”. “Mayara, tua família espera por justiça”. “Mayara, teu sangue clama por amor”. O pedido por justiça veio em forma de manifestação, estampado nas faixas e camisetas dos parentes da musicista, assassina da forma brutal, em julho do ano passado, por Luís Alberto Bastos Barbosa, de 29 anos.
A dor pela perda de Mayara ainda é constante na vida da família, que após quase um ano vê a primeira audiência sobre o feminicídio acontecer. “Objetivo aqui é não só chamar a atenção da população, mas também do judiciário para que a justiça seja feita, para que o réu seja punido exemplarmente, na proporção da barbárie que ele comente. A Mayara não volta mais, só que a impunidade aumenta ainda mais a dor”, destacou Alziro Amaral, pai da musicista.
Mayara Amaral foi morta a golpe de martelo no dia 25 de julho do ano passado. Dois dias depois Luís foi preso e o caso enviado à justiça. Foi então que uma verdadeira batalha para decidir por qual crime o autor seria julgado começou. No dia 15 de maio veio a decisão, o suspeito seria julgado por homicídio duplamente qualificado.
Quase um ano depois, Alziro diz que a família está destruída, que a filha era muito querida e que ninguém jamais irá se conformar com a maneira como ela partiu. “Será saudade eterna, mas com o tempo espero aprender a lidar com essa dor”, lamentou.
Nesta segunda-feira, as testemunhas de acusação - entre elas a mãe de Mayara, o irmão de Luís Alberto e policiais que investigaram o caso - serão ouvidas pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Luís deve acompanhar os depoimentos com o advogado Conrado de Souza Passos.