Primeira audiência sobre morte de musicista é marcada pela justiça
Onze meses depois do assassinato de Mayara Amaral, testemunhas de acusação serão ouvidas pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri
A primeira audiência sobre a morte da musicista Mayara Amaral, em julho do ano passado em Campo Grande, já tem data marcada e aconteceu no inicio do próximo mês, dia 2 de julho. Ao fim dos depoimentos das testemunhas, Luís Alberto Bastos Barbosa, de 29 anos, réu confesso do assassinato deve contar sua versão do crime pela primeira vez diante do juiz.
Mayara Amaral foi morta a golpe de martelo no dia 25 de julho do ano passado. Dois dias depois Luís foi preso e o caso enviado à justiça. Foi então que uma verdadeira batalha para decidir por qual crime o autor seria julgado começou.
Inicialmente tratado como latrocínio - roubo seguido de morte - o caso foi enviado à 4ª Vara Criminal de Campo Grande. O inquérito policial foi analisado pelo juiz Wilson Leite Correa, que se considerou incapaz de julgar o réu por acreditar, assim como o promotor responsável pela vara, que o crime se tratava de feminicídio.
O processo passou então para o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Ao contrário do colega, o magistrado seguiu a tese de investigação da Polícia Civil e defendeu que Luís matou Mayara de maneira premeditada, para roubar o carro e outros pertences dela.
Diante do embate, foi decretado conflito negativo de competência e o processo sobre a morte de Mayara foi enviado a 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). No dia 15 de maio, os desembargadores decidiram por unanimidade que Luís seria julgado por homicídio qualificado.
O processo então voltou a 2ª Vara do Tribunal do Júri. No dia 8 deste mês, o juiz Aluízio Pereira dos Santos designou a primeira audiência sobre o caso para o dia 2 de julho, às 13h30, no Fórum de Campo Grande. Quase um ano depois do crime, as testemunhas de acusação serão ouvidas.
Até o momento, nove pessoas foram intimadas, entre elas o próprio Luís Alberto, que aguarda julgamento no Presídio de Trânsito de Campo Grande. Ainda segundo a decisão do magistrado, a segunda audiência, destinada aos depoimentos de defesa, só será agendada após a “defesa preliminar”, ou seja, quando a defesa de Luís determinar as testemunhas.
Nas audiências, juiz, defesa e MPE (Ministério Público Estadual), ouvem testemunhas e também o autor. Ao fim dos depoimentos, o magistrado define as qualificadoras pelas quais o réu será julgado no Tribunal do Júri.
Entenda - Mayara foi morta a golpes de martelo em um motel na madrugada do dia 25 de julho, e teve o corpo abandonado e carbonizado em uma estrada vicinal na região do Inferninho, na saída de Campo Grande para Rochedo.
Luís está preso desde o dia 27 de julho quando foi surpreendido por equipes da Polícia Civil, e preso em flagrante pela morte da musicista de 27 anos. Com ele foram encontrados vários objetos roubados da vítima no dia do crime - um notebook, um celular, um violão, uma guitarra, um aparelho amplificador e o VW Gol, modelo 1992, vendido por ele por R$ 1 mil.
Na data do flagrante, outros dois suspeitos de participação também foram presos, Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos e Anderson Sanches Pereira. Após versões contraditórias, o suspeito acabou confessando que matou Mayara sozinho, durante uma discussão. Ele alegou ainda que estava sob efeito de drogas e teve um rompante de raiva.
Por conta disso, e pelas faltas de provas, o Tribunal de Justiça livrou Anderson e Ronaldo das acusações de envolvimento no assassinato.