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Capital

Defesa vai pedir liberdade provisória de réu pela morte de Mayara

“Pode ser que estamos lidando com uma pessoa que não tem capacidade para responder por esse crime", diz advogado de defesa

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 19/10/2017 10:05
Conrado, advogado de defesa de Luís, diz que seu cliente matou Mayara após uma discussão no motel (Foto: Marina Pacheco)
Conrado, advogado de defesa de Luís, diz que seu cliente matou Mayara após uma discussão no motel (Foto: Marina Pacheco)

Após a mudança na tipificação do crime, a defesa de Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, assassino confesso da musicista Mayara Amaral, vai pedir na Justiça a liberdade provisória do réu e afirma que seu cliente não matou para roubar.

O juiz titular da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, Wilson Leite Corrêa, rejeitou a acusação de latrocínio, roubo seguido de morte, e classificou a morte da musicista como feminicídio, apesar de confirmar que houve roubo no caso. O processo foi redistribuído e será tratado agora na 2ª Vara do Tribunal do Juri.

Durante coletiva de imprensa realizada nesta manhã (19) no Fórum, o advogado Conrado de Souza Passos, disse que a defesa vai pedir exame de sanidade psiquiátrica, porque o acusado pode ter passado por um surto no dia do crime. “Pode ser que estamos lidando com uma pessoa que não tem capacidade para responder por esse crime. Estamos mais aliviados com a mudança na tipificação do crime. Agora o processo começa do zero”, afirma. A alteração de latrocínio para feminicídio, segundo Conrado, atende a um pedido da defesa.

O latrocínio tem pena maior que o feminicídio - agravante do homicídio cometido contra mulheres. “A pena de latrocínio varia entre 20 a 30 anos e de homicídio de 6 a 20 anos”, explica Conrado. Luís está preso preventivamente. Tanto a Polícia Civil como o Ministério Público definiram o crime como latrocínio - roubo seguido de morte. O autor e a vítima mantinham um relacionamento amoroso.

Mayara foi morta a golpes de martelo em um motel. O corpo dela foi incendiado e deixado em uma estrada vicinal na região do Inferninho. Luís foi preso em flagrante com outros dois suspeitos, porém, durante as investigações foi constatado que a dupla não tinha envolvimento.

Após matar a vítima e ocultar o corpo dela, o autor roubou um notebook, um celular, um violão, uma guitarra, um aparelho amplificador e o carro de Mayara, um VW Gol, ano 1992, o que fez com que ele fosse indiciado por latrocínio. No entanto, o advogado de defesa de Luís afirma que não houve roubo. “Não houve nenhuma intenção de matar para roubar. Houve ali um homicídio por causa de uma discussão que os dois tiveram no motel”, afirma.

Ele afirma ainda que os objetos de Mayara já estavam na casa de Luís. "Ela deixava as coisa dela na residência dele", diz Conrado. Quanto ao veículo da vítima, o advogado afirma que Luís usou apenas para fugir e deixou com a dupla - que chegou a ser presa por envolvimento, para se safar.

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