Em vídeo, estudante chora ao contar que foi atacada em terminal de ônibus
Episódio teria acontecido no Terminal Morenão na manhã desta terça (23)
Pegar o ônibus no terminal Morenão, em Campo Grande, para ir até a faculdade faz parte da rotina diária da estudante Ingrid Matzembacher, 21 anos. No entanto, a jovem afirma que na manhã desta terça-feira (23) foi a última vez que pisou naquele terminal. "Vou ter que mudar toda a minha rotina. Não volto no Morenão tão cedo", diz ela.
Segundo Ingrid, por volta das 10h30 de hoje, ela foi atacada e agredida verbalmente por um homem dentro do terminal de ônibus após se recusar a dar dinheiro a ele. O relato está em um vídeo postado em seu perfil do Facebook.
"Gente, gravei esse vídeo pra expressar tudo que estou sentindo depois de ser ATACADA NO TERMINAL DE ÔNIBUS! Espero que chegue até a Prefeitura Municipal de Campo Grande e resolvam a segurança de lá e em todos os terminais. Hoje às 10:30 da manhã um cara me xingou e tentou me atacar (quase conseguiu) e não tinha um guarda municipal, não tem tinha um segurança, e não tinha um homem pra me ajudar, tudo (sic) foi correr e subir no primeiro ônibus pra pode sair dessa sem acontecer nada", escreveu a jovem.
No vídeo, ela conta que, enquanto aguardava o ônibus, foi abordada por um homem que lhe pediu dinheiro. Diante da recusa, o homem passou a xinga-la e a persegui-la com as calças abertas. Ela demonstra bastante indignação com as pessoas que estavam por perto e nada fizeram e, também, com a falta de segurança no terminal de ônibus.
"Esperam acontecer uma coisa dessas, aí lota de Guarda Municipal dentro dos terminais. Quando abafa o caso, some todo mundo. Hoje, dez horas da manhã, aquele terminal cheio e não tinha um segurança lá dentro", comenta chorando.
Em entrevista ao Campo Grande News, Ingrid conta que entrou no primeiro ônibus que viu que ía partir do terminal, desceu três quadras depois e pegou um táxi até em casa.
Segundo Ingrid, o homem, que não foi identificado, estaria vestindo uma bermuda e camiseta bem sujos e chinelos. A jovem afirma, também, que ouviu de outras pessoas que o mesmo homem já havia tentado atacar outras mulheres dentro daquele terminal.
"Dizem que a polícia vem e leva ele. Mas, depois ele volta. Eu pago R$ 6,50 para ir e voltar da faculdade e essas pessoas entram de graça nos terminais porque não tem segurança", afirmou a jovem.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Guarda Municipal de Campo Grande, responsável pela segurança nos terminais de transbordo da capital, esclareceu que não é responsável por controlar quem paga ou não para entrar no terminal. A corporação garantiu que no horário do acontecido havia, pelo menos, dois guardas no local, mas vai apurar possíveis falhas. De acordo com a Guarda, no Terminal Morenão o expediente dos dois homens é das 7h as 19h.
Outros casos - Em pouco mais de uma hora, o vídeo de Ingrid já tinha mais de 90 compartilhamentos e diversos comentários que demonstram que o caso de Ingrid não é isolado.
"Fica assim não. Eu já passei por isso em um terminal. Um mendigo quis me atacar fogo com um isqueiro e eu não tinha feito nada e quem me ajudou foram as pessoas que viram pq não tinha nenhum tipo de policiamento. Infelizmente estamos sujeitos à isso já que não temos a segurança necessária", diz uma outra jovem em um dos comentários.