Empresa que teve bens bloqueados diz que levou 'calote' da prefeitura
A empresa Taira Prestação de Serviços, que teve bens bloqueados por determinação da Justiça, em pedido feito pelo MPE (Ministério Público Estadual) em caso de improbidade administrativa em 2015, quando assinou contrato emergencial com a prefeitura de Campo Grande para cuidar dos cemitérios públicos.
"Não me pagaram. Rescindi o contrato porque ficaram me devendo cerca de R$ 800 mil. O contrato era de R$ 193 mil por mês, então foram quase cinco meses que não recebi", comenta Milton Taira, dono da empresa.
Taira conta que, ao ser intimado pela Justiça para esclarecer fatos sobre o contrato, ele leovu várias planilhas e, inclusive, mostrou o saldo devedor da prefeitura com ele. Ainda assim, a empresa foi alvo de bloqueio de bens.
Além da Taira Prestação de Serviços, também foram bloqueados os bens do ex-prefeito Gilmar Olarte (Pros), chefe do Executivo campo-grandense na época. A decisão foi proferida na segunda-feira (10) pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande.
O MPE, autor da ação, afirma que o contrato contém irregularidades, como superfaturamento de até 140% (cerca de R$ 700 mil) em relação ao período de um ano antes, mesmo o objeto e quantidade a ser atendida sejam os mesmos.
Caso - Em 2015, Olarte cancelou uma licitação para escolher a empresa que faria os serviços de conserva dos três cemitérios públicos de Campo Grande - Santo Amaro (região oeste), Santo Antônio (sul) e São Sebastião (norte).
No lugar, foi feito um contrato emergencial com a empresa Taira Prestadora de Serviços. Na última renovação de contrato, em 16 de julho de 2015, o valor estipulado foi de R$ 1.162.800, dividido em pagamentos mensais de R$ 193.800. A validade era de 180 dias, ou seja, durando até 3 de janeiro de 2016.