Empresário foi alvo de busca em operação contra sonegação milionária
Policiais civis estiveram em garagem de veículos para cumprir mandado de busca e apreensão
Garagem na Avenida Bandeirantes, tradicional em Campo Grande por concentrar as revendedoras de veículos, foi um dos endereços visitados na manhã desta terça-feira (14) por equipe da Operação Alumidas. Policiais civis estiveram no local para cumprir mandado de busca e apreensão.
Inquilino do imóvel, o empresário Eder Fernandes Rafael, de 35 anos, diz que foi surpreendido nesta manhã pela polícia. Ele garante que não tem qualquer envolvimento com o esquema milionário de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro investigado.
O dono do comércio afirmou à reportagem que aluga o imóvel e que o verdadeiro alvo seria empresário que é dono de endereços na Bandeiras e outros bairros da cidade. Eder preferiu não revelar mais detalhes, mas disse que depois do “transtorno” até pensa em mudar sua loja de ponto.
No pátio da garagem, nesta manhã, havia cerca de dez carros à venda e o comércio funcionava normalmente após a passagem da equipe policial. O empresário afirma que mostrou o contrato de aluguel pelo ponto onde se instalou há 1 ano e meio aos investigadores do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). No local, computador e documentos foram apreendidos para averiguação.
A força-tarefa - A Operação Alumidas investiga fraude tributária que lesou cofres públicos em aproximadamente R$ 430 milhões. Além de Mato Grosso do Sul, há 27 ordens judiciais de busca e apreensão sendo cumpridas em quatro outros estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Minas Gerais.
Os alvos são investigados por sonegação de impostos, organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Deflagrada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), a operação contra com o apoio da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda de MS), Ministério Público do Mato Grosso do Sul, Policia Civil de São Paulo e Receita Federal do Brasil.
“Império de lata” – De acordo com a Receita Federal, o principal alvo da ação de hoje já foi investigado pela PF (Polícia Federal) na Operação Blindagem Metálica por construir “império” trabalhando com o reaproveitamento de latinhas.
A PF identificou CNPJs abertos em nome de “laranjas” para emitir notas fiscais falsas, simulando a compra e venda de sucata de alumínio (latinhas) e alumínio bruto – este último tributável –, com o objetivo de gerar créditos fiscais fictícios às empresas do grupo.
Conforme a investigação, o esquema é complexo, envolve simulações contábeis, de operações financeiras, de transporte da matéria-prima e produto, “blindagem” patrimonial, além da dominação de mercado.
Ainda conforme a Receita, mais uma vez, integrantes da organização criminosa são alvos de investigação, porque "(...), persistem no não cumprimento de suas obrigações tributárias, tanto no âmbito federal como estadual".